O novo coordenador nacional do Bloco Esquerda, José Manuel Pureza, de 66 anos, usou hoje a tribuna da 14.ª Convenção Nacional para defender uma visão de “esquerda de pontes”, sublinhando a importância do diálogo e assumindo o compromisso de promover “todos os diálogos necessários para que a esquerda reganhe iniciativa e força em Portugal”.
No discurso de encerramento da reunião bloquista, em Lisboa, Pureza levantou o véu da sua estratégia para o partido, que vive dias difíceis – tem apenas um deputado na Assembleia da República. “Queremos uma esquerda de pontes, que saiba dialogar, que encontre convergências, que nunca esqueça as prioridades, que olhe para o futuro, de que cada trabalhador e trabalhadora se sinta parte integrante. O que eu digo ao País é isto: aqui está uma esquerda de confiança, que não desiste de nada na luta pelo salário, pela casa, pelo hospital, pelo clima e pelos direitos que fazem de nós uma comunidade. Somos a vossa força pela igualdade e pela liberdade.”
Apelando à coesão entre forças progressistas, o dirigente reforçou a disponibilidade do Bloco, até agora liderado por Mariana Mortágua, para construir entendimentos que devolvam protagonismo político à esquerda.
Segundo o antigo vice-presidente da Assembleia da República, o momento político atual obriga a afastar lógicas sectárias e a reunir energias não apenas para responder ao avanço da direita, mas também para apresentar “uma contraofensiva dos direitos, da igualdade e daquilo que nos faz grandes que é sermos comunidade”.
Pureza garantiu ainda que o BE continuará presente em todas as frentes de luta: “Nas ruas e onde mais for preciso, o Bloco não se poupará a esforços para juntar toda a gente que quer mais do que resistir, porque quer mudar a vida e a política e a quer mudar mesmo. Não será por causa do Bloco que a construção dessa alternativa da esperança ficará por construir.”