O Hospital Fernando da Fonseca, conhecido como Amadora-Sintra, enfrenta um “problema sério” nas Urgências, onde os tempos de espera já ultrapassam várias horas, admite o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, esta terça-feira, dia 9, em declarações aos jornalistas.
Segundo explica o responsável, esta é a Unidade Local de Saúde com o maior número de utentes sem médico de família devido à escassez de profissionais. Por esse motivo, afirma que, “no caso do Fernando da Fonseca, não é possível colmatar as necessidades com recurso aos cuidados de saúde primários, porque, também nos cuidados de saúde primários, não temos esses recursos”.
À margem de uma visita ao Hospital da Póvoa de Varzim, o diretor do SNS garante estar a tentar “reforçar as equipas”, embora tal seja complexo, dada a “falta de recursos humanos estrutural” e da “reorganização do funcionamento da urgência”.
“No Amadora-Sintra, há um problema. E é um problema sério. É o principal problema, neste momento, no SNS. Aquilo que mais preocupa a equipa executiva do SNS”, reconhece.
Álvaro Almeida aponta uma conjugação de fatores para agravar a situação. Sublinha que o principal é a carência de profissionais, mas menciona igualmente diferenças na organização das urgências, modelos contratuais distintos e outras condicionantes que, segundo diz, “se conjugam para criar um problema”.
Questionado sobre as medidas que estão a ser ponderadas para melhorar o atendimento nas Urgências do Amadora-Sintra, limita-se a indicar que o tema está a ser trabalhado com a administração hospitalar.
Por fim, o responsável destaca o peso dos internamentos sociais, lembrando que este é o hospital “com mais internamentos inapropriados”, além das já referidas dificuldades relacionadas com os recursos humanos, e que serão adotadas medidas para atenuar o impacto. “Não vamos aceitar que se mantenham as 13 horas de espera.”