A ‘Operação Marquês’ continua a aquecer. Esta terça-feira, dia 21, estava prevista a audição de Lígia Correia, a última namorada conhecida de José Sócrates, mas a testemunha acabou por não comparecer em tribunal.
Esta semana estavam também agendados os depoimentos de outras duas ex-companheiras do antigo primeiro-ministro, que deveriam ser ouvidas para esclarecer diversas despesas efetuadas pelo arguido. No entanto, segundo avançou a SIC, embora tenham sido enviadas notificações, o tribunal nunca recebeu os respetivos avisos de receção, o que levou à dedução que estas pessoas não tinham chegado a ser notificadas. O mistério reside no facto de estas pessoas terem sido efetivamente notificadas mas não apareceram no tribunal. Como é que souberam que podim falar estas audiências.
Mas não são apenas estas as três mulheres com relações íntimas com o ex-primeiro ministro a estarem envolvidas neste processo. Há mais. A seguir conheça as histórias destas mulheres e porque são para aqui chamadas.
QUEM SÃO AS MULHERES DA VIDA DE SÓCRATES?
Ligia Correia é a atual companheira do ex-primeiro-ministro e conheceram-se ainda em 1980, quando esta era ainda funcionária do PS. Lígia foi chamada a tribunal para falar sobre a compra dos 300 exemplares do livro do marido, ‘A Confiança no Mundo’.
Célia Tavares, uma das testemunhas, trabalhou numa boutique de luxo situada em frente ao edifício Heron Castilho, em Lisboa, mas demitiu-se subitamente, o que terá causado surpresa entre colegas, uma vez que era conhecida pelas suas origens humildes. Quando o caso ‘Operação Marquês’ começou a ser amplamente divulgado, Célia deixou de ser vista na sua residência habitual e chegou a admitir ter recebido apoio financeiro de José Sócrates.
Outra ex-companheira, a jornalista Fernanda Câncio, manteve uma relação de seis anos com o ex-governante. O processo refere que, em julho de 2014, o casal passou férias em Formentera, Espanha, acompanhado pelo empresário e amigo próximo de Sócrates, Carlos Santos Silva, e respetiva mulher. De acordo com a acusação, os dois casais terão arrendado moradias de luxo por cerca de 18 mil euros, valor que terá sido suportado por Santos Silva.
Também Sofia Fava, ex-mulher de Sócrates e mãe dos seus dois filhos, José Miguel e Eduardo, foi convocada para testemunhar. Apesar de o casal se ter divorciado em 1999, mantém uma relação de amizade. Após sair da prisão de Évora, José Sócrates chegou mesmo a residir temporariamente na casa de Sofia Fava. Engenheira do ambiente e artista plástica, Sofia Fava é também arguida no processo, uma vez que o imóvel Monte das Margaridas, adquirido por 760 mil euros, terá sido financiado com garantias prestadas por Carlos Santos Silva.
Por fim, Sandra Santos, amiga próxima de José Sócrates que reside na Suíça, é referida no processo por alegadamente ter recebido, entre 2008 e 2014, cerca de 100 mil euros numa conta titulada por Carlos Santos Silva.
José Sócrates continua ausente das audiências, depois de ter pedido dispensa temporária para repouso e autorização para regressar ao Brasil, onde se encontra a realizar um doutoramento.