Numa carta, assinada por antigos colegas de Jorge Coelho no governo liderado por António Guterres, e hoje tornada pública, antigos ministros socialistas manifestaram a sua “indignação” por aquilo que consideram como “falsidades” proferidas por Carlos Moedas sobre a demissão do antigo ministro do Equipamento Social, ocorrida na sequencia da tragedia de Entre-os-Rios, em 2001.
Em causa estão as declarações do presidente da Câmara Municipal de Lisboa quando, na noite de domingo, a propósito do acidente do elevador da Glória, e justificando a sua recusa em demitir-se, afirmou que Jorge Coelho tinha assumido a responsabilidade política pela queda da ponte de Entre-os-Rios, porque o seu gabinete possuía informações prévias sobre a fragilidade da ponte.
Além do ex-primeiro-ministro António Costa, assinaram esta carta os antigos governantes Alberto Martins, Augusto Santos Silva, Eduardo Ferro Rodrigues, Guilherme Oliveira Martins, Luís Capoulas Santos e Nuno Severiano Teixeira.
Também hoje, à saída do tribunal onde está a ser julgado no âmbito da ‘Operação Marquês’, José Sócrates, ao tempo ministro do Ambiente, repudiou as declarações de Moedas: “É falso, tenho a certeza que isso não é verdade”.
Outros destacados militantes socialistas, caso do atual secretário-geral, Jose Luis Carneiro, também não pouparam críticas ao autarca de Lisboa: “As palavras de Moedas é um insulto aos socialistas e uma tentativa de desviar as atenções das suas falhas na gestão da cidade”. Já Alexandra Leitão, candidata à presidência da Camara Municipal de Lisboa, considerou as declarações do edil lisboeta como “pouco dignas de um responsável político”, sublinhando que “a liderança implica assumir responsabilidades, não atirá-las para o passado”.