A Polícia francesa deteve Abdoulaye N., um antigo segurança do Centro Pompidou, acusado de participar no assalto que resultou no roubo de joias, avaliadas em 88 milhões de euros, da galeria Apollo, no Museu do Louvre, noticia o The Guardian.
O homem, de 39 anos, conhecido nas redes sociais pelo nome Doudou Cross Bitume, conquistou popularidade ao partilhar vídeos de acrobacias com motos, treinos físicos e desafios urbanos no TikTok, Instagram e YouTube. Segundo o Le Parisien e a BFMTV, foi preso em casa, em Aubervilliers, seis dias após o assalto, e enfrenta acusações de roubo em grupo organizado e conspiração criminosa.
Fontes policiais indicam que vestígios de ADN de Abdoulaye foram detetados em vitrinas danificadas e em objetos abandonados no local do crime, incluindo luvas, um colete refletor e ferramentas de corte. As autoridades acreditam que o influenciador foi um dos dois assaltantes que entraram na galeria.
Vizinhos descreveram o detido como uma pessoa “bem-disposta e disponível”, embora por vezes emocionalmente instável. Era conhecido no bairro pela sua paixão por motociclos, paixão essa que também se reflete nos seus vídeos, onde aparece frequentemente ao volante de uma Yamaha TMax, modelo idêntico ao usado na fuga. O seu lema, “Toujours plus près du bitume” (“Sempre mais perto do asfalto”, em português), tornou-se uma marca pessoal entre os seus seguidores.
Antes de trabalhar na segurança de museus e empresas como UPS e Toys R Us, Abdoulaye acumulava 15 antecedentes criminais, incluindo tráfico de droga, condução ilegal e colocação de terceiros em perigo. Em 2014, foi condenado por roubo a uma joalharia. Um dos outros suspeitos deste assalto também já tinha estado preso pelo mesmo tipo de crime há mais de uma década.
O roubo foi descrito pelas autoridades francesas como “um golpe audacioso e cuidadosamente preparado”. Quatro homens participaram na operação, utilizando um camião furtado com escada e plataforma elevatória para aceder a uma janela do 1.º andar da galeria.
Dois assaltantes entraram no edifício, partiram uma janela destrancada, quebraram vitrinas de vidro e desceram por elevador até ao piso térreo, onde os esperavam cúmplices em motociclos. Tudo aconteceu em menos de sete minutos.
Entre as oito joias roubadas estão, recorde-se, peças históricas, como um colar de esmeraldas e diamantes oferecido por Napoleão I à imperatriz Maria Luísa, e um diadema com mais de duas mil pedras preciosas que pertenceu à imperatriz Eugénia, esposa de Napoleão III. As joias continuam desaparecidas.
