O líder do Partido Popular espanhol (PP), Alberto Núñez Feijóo, acusou esta quarta-feira, dia 10, o Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, de ser conivente com casos de assédio sexual dentro do seu partido.
No último debate do ano no Congresso dos Deputados de Espanha, Feijóo culpou o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) pelo encobrimento das acusações de assédio de que o ex-Secretário de Análise e Ação Eleitoral da sua força partidária, Francisco Salazar, tem sido alvo. No seu discurso, o líder da oposição sublinhou ainda a incoerência política do chefe de governo espanhol, que sempre fez da igualdade de género uma das suas bandeiras, afirmando que as suas lições sobre feminismo foram aprendidas em casas de alterne.
“Você consentiu tudo. Subornos milionários, apartamentos para amantes pagos com dinheiro público, empregos para seguranças de discoteca e silêncio. Silêncio no Palácio da Moncloa (sede do governo de Espanha) para quem assedia as suas colegas”, começou por dizer o deputado.
Mas o presidente do PP não se ficou por aqui: “Agora toda a gente sabe que, entre o assediador e a assediada, você está do lado do assediador. Você passou de ‘irmã eu acredito em si’ para ‘você calada fica mais bonita’, acrescentou.
Finalizando a sua exposição de forma peremptória, Feijóo atirou: “A lição de feminismo deve-lhe ter sido ensinada em bordéis. Esses que você desconhece e que financiaram as suas primárias.”
As declarações do político surgem a propósito da denúncia que esta semana foi entregue na Procuradoria-Geral de Madrid, que acusa formalmente Francisco Salazar de assédio sexual a colegas partidárias e que aponta ainda responsabilidades ao partido e à presidência do governo por ter encoberto os “comportamentos inadequados” de uma das pessoas mais próximas de Sánchez. Recorde-se que o ex-dirigente do PSOE já se tinha afastado do partido, em junho, depois de o elDiario.es ter avançado com relatos de várias mulheres que apontavam para este tipo de conduta do socialista.
A juntar a esta equação está ainda uma investigação pelo mesmo crime, a Antonio Navarro, o secretário-geral do PSOE em Torremolinos, Málaga, que foi aberta pela justiça espanhola na semana passada.
