O furacão Melissa, de categoria 5 e considerado o mais poderoso e catastrófico a atingir as Caraíbas em décadas, já provocou três mortes na Jamaica antes mesmo de chegar à costa. As vítimas perderam a vida durante os preparativos para enfrentar a tempestade, de acordo com as autoridades locais.

O ministro da Saúde e Bem-Estar, Christopher Tufton, lamentou as ocorrências e apelou à prudência da população: “Mesmo antes do impacto direto, já registámos três mortes ligadas aos trabalhos de preparação. É fundamental que as pessoas se mantenham em segurança e evitem tarefas de risco”, afirmou o governante.

As fatalidades aconteceram nas paróquias de St. Elizabeth, St. Catherine e Hanover. Um trabalhador da área da saúde foi atingido pela queda de uma árvore, outro homem morreu eletrocutado enquanto tentava cortar galhos, e uma terceira vítima sucumbiu após o colapso parcial de um telhado.

Além das vítimas mortais, pelo menos treze pessoas ficaram feridas em acidentes semelhantes durante ações de reforço de casas e limpeza de terrenos. As autoridades sublinham que “atividades aparentemente simples, como subir a telhados ou cortar árvores, tornam-se extremamente perigosas sob ventos ciclónicos”.

O governo jamaicano decretou o estado de emergência em várias zonas do país e pediu à população que procure abrigo imediato em locais seguros. O Serviço Meteorológico da Jamaica alertou para ventos superiores a 250 km/h, chuvas torrenciais e risco elevado de inundações e deslizamentos de terra.

“Estamos a enfrentar a tempestade do século”, declarou o ministro do Interior, referindo que “as próximas 24 horas serão críticas para a segurança nacional”. Enquanto o furacão se aproxima da costa sul, equipas de emergência e militares estão mobilizadas para apoiar as comunidades mais vulneráveis. A prioridade, segundo as autoridades, é salvar vidas e garantir que ninguém permaneça em áreas de risco.

Entretanto, o Melissa já atingiu Cuba, e foi despromovido a categria 3. Ainda assim, continua a provocar estragos avultados e já obrigou a mais de 700 mil deslocados, já que é uma das tempestades mais intensas já registadas no Atlântico, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

Na terça-feira, ao tocar terra na Jamaica, o Melissa bateu o recorde de intensidade do histórico furacão Labor Day, que devastou os Cayos da Florida em 1935, ao atingir ventos próximos dos 300 quilómetros por hora e uma pressão atmosférica mínima de 892 milibares.

A NOAA classifica o Melissa como a quinta tempestade tropical de categoria 5 deste ano, superando o tufão Ragasa, que em setembro atingiu o leste da Ásia com ventos máximos de 267 km/h e pressão mínima de 910 milibares.

Veja aqui o trajeto que se prevê que o Furacão Melissa faça: