O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Portugal (CEMGFA), o general José Nunes da Fonseca, alertou para a necessidade de incentivar os jovens portugueses a assumir a responsabilidade de defender o País: “É preciso realimentar nos nossos jovens a obrigatoriedade de defender Portugal.”
Para o general, a defesa nacional deve voltar a ser uma parte essencial do currículo escolar: “As nossas escolas já não falam da importância de defender o País. Antigamente, tínhamos matérias que tratavam de temas como a segurança e a defesa, e era natural que os jovens crescessem com essa consciência”. Na entrevista ao Público, José Nunes da Fonseca lamentou ainda que, nos últimos anos, os programas educativos tenham reduzido esse tipo de formação, o que, segundo ele, resultou numa perda de entendimento sobre a importância da defesa para a soberania nacional.
Além disso, o militar chamou a atenção para os desafios que as Forças Armadas de Portugal enfrentam, como a falta de efetivos. O País precisa de muitos mais militares para preencher lacunas: “Temos um défice de cerca de oito mil militares, e isto é um número significativo.”
Na mesma entrevista, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas estimou também serem precisos 67 mil milhões de euros apenas em equipamento nos próximos 20 anos, o que se traduzirá em algo a rondar os “3 500 milhões de euros por ano”.