Depois de o maior sindicato de tráfego aéreo francês (SNCTA) anunciar que os seus profissionais irão realizar uma greve de quatro dias, entre 7 e 10, que vai afetar voos que sobrevoem França, a Ryanair comunicou que pode cancelar até 600 voos por dia, ficando 100 mil passageiros na iminência de serem afetados pela situação.

Entre Portugal e França existem mais de 100 ligações aéreas por dia, realizadas por diversas companhias, que serão impactadas pelo ato reivindicativo, podendo sofrer atrasos ou cancelamentos. Mas os voos com origem ou destino em território gaulês não vão ser os únicos afetados, já que viagens para outros países que sobrevoem o espaço aéreo francês também irão sentir as sequelas desta greve, o que pode causar constrangimentos em voos que liguem Portugal a outras países europeus.

O diretor-executivo da companhia aérea irlandesa, Michael O’Leary, fez exigências à União Europeia para que sejam tomadas medidas para proteger os sobrevoos, de modo a minimizar os efeitos causados pelas greves do controlo de tráfego aéreo francês (TAC).

Num comunicado emitido online, O’Leary frisou: “Não podemos ter uma situação na UE em que temos um mercado único, mas fechamos esse mercado sempre que os franceses entram em greve.” E o responsável acrescentou: “Têm o direito de fazer greve, mas, se os voos tiverem de ser cancelados, devem ser os voos com partida e destino em França. Não devem ser os voos que sobrevoam o país.”

“Apelamos novamente a Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia… se não está disposta a defender o mercado único, se não está disposta a proteger os sobrevoos, então deve sair”, sublinhou o CEO da Ryanair.