José Sócrates, de 68 anos, passou a ser representado por José Preto na ‘Operação Marquês’, segundo avança a CNN Portugal. O advogado, que ganhou notoriedade por defender Bruno de Carvalho no processo da invasão à Academia do Sporting, em Alcochete, assume agora a defesa do antigo primeiro-ministro.
A escolha surge depois de Sócrates ter dispensado o advogado oficioso que o tribunal lhe tinha nomeado, José Manuel Ramos, decisão que levou à paragem do julgamento até 4 de dezembro. O ex-governante socialista tinha protestado contra a designação de um defensor que não escolhera, afirmando, perante a juíza, que não queria manter o que descreveu como um “espetáculo lamentável e degradante”.

Esta substituição acontece na sequência de outra saída: Pedro Delille, advogado que até então representava José Sócrates, renunciou ao mandato, alegando motivos de ética profissional e classificando o processo como um “simulacro de julgamento” num requerimento enviado ao tribunal.
A ‘Operação Marquês’ leva ao banco dos réus 21 arguidos. Sócrates responde por 22 crimes, incluindo três de corrupção, relacionados com alegados benefícios concedidos ao grupo Lena, ao Grupo Espírito Santo e ao projeto de Vale do Lobo. No total, estão em causa 117 suspeitas de natureza económico-financeira, que os arguido têm, regra geral, rejeitado.
O julgamento decorre desde 3 de julho, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, e ainda falta ouvir mais de uma centena de testemunhas, prolongando um dos processos judiciais mais extensos e mediáticos do País.