Mais de uma dezena de cidades em Marrocos foram palco, nos últimos dias, dos maiores protestos contra o governo dos últimos anos. Milhares de jovens saíram à rua para denunciar a corrupção, exigir melhores condições de vida e criticar o investimento em estádios para o Mundial de 2030, enquanto os setores da saúde e da educação permanecem em crise. Recorde-se que o Mundial de 2030 irá decorrer em Portugal, Espanha e Marrocos.
As manifestações, organizadas sobretudo através de redes sociais por jovens da chamada Geração Z, decorreram em 11 cidades, incluindo Rabat, Marraquexe e Casablanca. A polícia, muitas vezes à paisana e equipada com material anti-motim, dispersou os protestos e prendeu dezenas de pessoas.
Os manifestantes apontaram como exemplo a morte de oito mulheres num hospital público em Agadir para denunciar o colapso do sistema de saúde.
Ao contrário de outros protestos no passado, organizados por sindicatos ou partidos, estes concentraram-se em movimentos espontâneos e sem líderes, ganhando força através de plataformas como TikTok e Discord.
As autoridades rejeitam as críticas, afirmando que os problemas da saúde vêm de décadas atrás e não do investimento no Mundial.