Solução irá, também, aumentar o nível de confiança na aquisição ou venda de veículos elétricos usados, assegurando maior conformidade no valor para o cliente.

A Kia Europe está a realizar o primeiro teste público de um “Passaporte de Bateria” a nível celular, um avanço tecnológico que visa garantir transparência sobre a vida das baterias de veículos elétricos e que reforça a liderança da marca na criação de um ecossistema de mobilidade eletrificada mais sustentável.

“Comparativamente aos sistemas de monitorização convencionais, que calculam apenas o Estado de Saúde (SoH) de toda a bateria ou de um determinado módulo, a pesquisa da Kia reúne e apresenta dados para cada célula, fornecendo informação precisa e em tempo real sobre o estado de cada uma destas unidades”, adianta a Kia Portugal.

“O resultado será uma rastreabilidade mais detalhada e extremo a extremo ao longo de todo o ciclo de vida das baterias. Entre os vários benefícios desta tecnologia, estão a obtenção de diagnósticos para reparação, bem como a identificação e resolução antecipada de eventuais problemas de manutenção, o que resulta num tempo de vida útil superior e menores custos a longo prazo”, explica.

Segundo diz, “a maior precisão da monitorização é extensível a células específicas, viabilizando a sua substituição individualmente em vez de módulos completos, com evidentes vantagens do ponto de vista económico”.

No mesmo comunicado, pode ler-se que “o passaporte de bateria irá, igualmente, aumentar o nível de confiança ao adquirir ou vender veículos elétricos usados e assegurar maior conformidade no valor para o cliente. Os dados da bateria em tempo real aumentam a confiança no desempenho do veículo, o que, por sua vez, pode contribuir para valores de revenda mais elevados”.

Conjunto de benefícios

Este nível de transparência terá ainda um impacto positivo no que respeita à reutilização e reciclagem de baterias, tornando mais fácil manter as baterias de veículos elétricos no mercado durante mais tempo e reduzindo o desperdício.

“A Kia pretende estabelecer um novo padrão para os clientes relativamente à transparência e desempenho da bateria”, refere o presidente e CEO da Kia Europe, Marc Hedrich.

“Ao testarmos o passaporte de bateria ao nível das células, estamos a recolher informações sobre um conjunto de benefícios que podemos oferecer aos clientes. Além de vantagens como o prolongamento da vida útil da bateria, vai permitir que cimentemos uma relação de confiança”, sustenta.

Paralelamente a esta pesquisa, que se encontra numa fase preliminar, a Kia criou uma organização interna dedicada, envolvendo especialistas de toda a empresa no desenvolvimento do seu próprio serviço de passaporte de bateria, que será realizado em colaboração com parceiros de toda a cadeia de valor das baterias de veículos elétricos e de outras áreas relacionadas.

O passaporte de bateria da Kia irá além dos requisitos regulamentares, incluindo dados adicionais relativos à segurança, com o objetivo de se estabelecer como um padrão de referência para o setor industrial.

A empresa planeia, de resto, disponibilizar este serviço a todos os modelos EV/HEV comercializados na Europa até fevereiro de 2027, conforme exigido pela regulamentação de baterias da UE.

Ensaio com modelo real

Para os testes realizados no âmbito deste projeto foi enviado da Coreia do Sul para a Alemanha, em fevereiro deste ano, um Kia EV3 equipado com sistema de monitorização de células de bateria da Dukosi.

“Este veículo de teste consegue monitorizar e transmitir dados em tempo real de cada célula da bateria, enviando-os, posteriormente, para o respetivo passaporte de bateria digital”, dá conta o comunicado.

“Assim que os dados são enviados, os utilizadores – incluindo mecânicos e reguladores, entre outros – podem, de imediato, aceder a informações sobre o SoH da bateria através do sistema de infoentretenimento do veículo”, afirma.

De modo a garantir precisão e rastreabilidade ao longo do ciclo de vida da bateria, o sistema é atualizado, automaticamente, após cada trabalho de reparação.
Para aceder aos dados do passaporte da bateria recolhidos durante o ensaio, foi utilizado um ambiente piloto de partilha de dados desenvolvido pela TNO.

A Universidade de Tecnologia de Delft, juntamente com o H.M.G, coordenou o ensaio colaborativo do passaporte. O sistema também pode ser configurado para outras aplicações, tais como um modelo diferente, interoperabilidade com outra marca ou até mesmo a utilização noutro setor de atividade.

Pesquisa de âmbito europeu

Os testes de passaporte de baterias são apoiados por uma iniciativa de pesquisa colaborativa da União Europeia, cujo objetivo é testar e aprender sobre os desafios e oportunidades da implementação do Passaporte de Bateria da UE, num contexto real e com participação de vários stakeholders.

A integração técnica e desenvolvimento base do passaporte de bateria, procurando garantir que os dados são transferidos em segurança entre os sistemas do veículo e diferentes parceiros, foram geridos pelo Hyundai Mobis, fornecedor global de peças de automóveis, e pelo H.M.G.

Um ensaio realizado em colaboração com o projeto DATAPIPE, financiado pela UE, e com a empresa dos Países Baixos ARN, dedicada ao tratamento de veículos em fim de vida e respetivas baterias, explorou a forma como os passaportes de produtos digitais podem ser benéficos no futuro. Atualmente, o passaporte de bateria da UE inclui mais de 100 atributos de dados.