Milhares de pessoas reuniram-se este domingo em Hong Kong para prestar homenagem às vítimas do incêndio devastador que atingiu o complexo residencial Wang Fuk Court, em Tai Po, na passada terça-feira. O incêndio, considerado o mais mortal da história recente da cidade, provocou a morte de pelo menos 151 pessoas e deixou a comunidade mergulhada num profundo luto.
Ao longo do fim de semana, familiares, amigos e cidadãos anónimos deslocaram-se ao local do desastre, onde depositaram flores, acenderam velas e deixaram mensagens de solidariedade. Vestidos de preto, muitos dos presentes partilharam momentos de silêncio e oração, numa demonstração de união e respeito pelas vítimas. A cerimónia oficial de luto, organizada pelas autoridades locais, contou com a presença de representantes do governo e de organizações civis, que sublinharam a necessidade de apoiar as famílias afetadas.
A tragédia reacendeu o debate sobre as condições de segurança nos edifícios residenciais de Hong Kong. Especialistas e responsáveis políticos apontam falhas graves na conformidade das normas de construção, nomeadamente a utilização de redes de proteção inadequadas, que terão facilitado a propagação das chamas. Chris Tang, secretário de segurança, garantiu que o governo irá investigar a fundo as responsabilidades dos empreiteiros e construtores.
A resposta da comunidade tem sido marcada por uma onda de solidariedade, com donativos que já ultrapassam os 115 milhões de dólares para apoiar as famílias das vítimas. No entanto, persistem críticas à atuação das autoridades e à falta de fiscalização, com muitos a exigir reformas urgentes para evitar novas tragédias.
O incêndio em Tai Po deixou marcas profundas na sociedade de Hong Kong, servindo de alerta para a necessidade de reforçar a segurança e proteger a vida dos cidadãos. O luto coletivo transformou-se num apelo à mudança, numa cidade que procura agora respostas e justiça para as vítimas.