O Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, continua a enfrentar longas filas de espera, devido a problemas no novo sistema europeu de controlo de fronteiras para cidadãos de fora da UE, que passou a ser utilizado no País e noutros Estados Schengen desde outubro, e a ministra justificou-se.
Logo após a introdução da nova tecnologia, que substitui os carimbos nos passaportes por um registo eletrónico de data, hora e posto de passagem, começaram a registar-se atrasos significativos no controlo de entradas e saídas. Nos últimos dias, a situação agravou-se, com alguns viajantes a enfrentarem filas superiores a três horas, e casos em que o tempo de espera ultrapassou as seis horas.
No Parlamento, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, explicou que o País está a monitorizar continuamente o que está a acontecer no aeroporto, onde funciona uma sala de crise com responsáveis da PSP, do Sistema de Segurança Interna (SSI), da ANA e de parceiros privados.
Questionada sobre as falhas técnicas, a ministra explicou que, desde dia 10, entrou em vigor a segunda fase do sistema, que inclui a recolha de dados biométricos, como fotografia e impressões digitais. Até então, esses dados eram processados manualmente pelos agentes, mas passaram a ser captados através de quiosques eletrónicos, o que veio trazer dificuldades.
“Iniciou-se, juntamente com uma visita da Comissão Europeia que perturbou todo este precário sistema, o controlo destes dados biométricos, através de quiosque. Bastou isso para perturbar tudo”, justificou-se Maria Lúcia Amaral, referindo-se à utilização dos novos equipamentos.
A governante acrescentou ainda que, “por momentos, pifou” um dos servidores onde o sistema está alojado, na secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, algo que coincidiu com o período de maior movimento de voos provenientes de países fora do espaço Schengen.
Perante os problemas repetidos, o Governo anunciou que está a elaborar um plano de contingência para os aeroportos portugueses durante o período de Natal, tendo em conta os constrangimentos observados nos últimos dias.
No entanto, quando questionada sobre a eventual suspensão temporária do sistema europeu de fronteiras durante a época festiva, a ministra afirmou: “Não tenho uma resposta fechada sobre este tema. A decisão não depende apenas de mim.”
