O secretário de Estado João Moura, que, segundo a edição de hoje do Correio da Manhã, encontra-se a ser investigado pela Polícia Judiciária, por suspeitas de corrupção, há muito que se encontra em rota de colisão com o ministro da Agricultura, que já terá feito saber a Luís Montenegro que gostaria de ver substituído “logo que possível” o seu secretário de Estado.
Nos meios do setor, a animosidade entre ambos os governantes é um assunto há muito conhecido, sendo várias as ocasiões em que José Manuel Fernandes não teve pejo em mostrar o seu desconforto em cruzar-se com o seu secretário de Estado em eventos públicos, como sucedeu recentemente durante a feira ‘Agroglobal’, em Santarém, onde o ministro fez questão de manter-se longe de João Moura.
Nas últimas semanas, têm-se sucedido as notícias acerca das suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais que recaem sobre o secretário de Estado da Agricultura, nomeadamente relacionadas com duas empresas de que João Moura é sócio, juntamente com a mulher, e que poderão estar envolvidas na compra de imóveis na Golegã e junto à barragem de Castelo de Bode.
Antigo colaborador do grupo Prebuild, uma empresa que deixou uma dívida de muitos milhões de euros ao Novo Banco, bem como um rasto de credores, João Moura foi até há meses líder da distrital do PSD de Santarém, e exerce as funções de presidente da Assembleia Municipal de Ourém, concelho onde reside.