Não acontecem mais tragédias por milagre – ainda ontem, sexta-feira à noite, ‘A Prova dos Factos’, da RTP1, avançou que familiares das vítimas mortais e sobreviventes do acidente do Elevador da Glória nunca foram contactados pela Câmara, liderada por Carlos Moedas – e o 24Horas revela, hoje, sábado, 4, mais um episódio (negro) do mandato do polémico edil da capital, desta vez relacionado com alguns dos seus funcionários, e ainda por cima… num dos edifícios da própria Câmara Municipal de Lisboa. Vamos em concreto à história.
Na Praça do Município, precisamente em frente aos Paços do Concelho, num espaço que já foi ocupado pelo BPI, um edifício está reservado a alguns serviços da autarquia, o cimeiro à Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), os de baixo a diversas divisões e departamentos camarários, e onde trabalham arquitetos e técnicos especializados.
Há alguns meses, no penúltimo andar desse edifício, caiu parte de um teto, durante o horário laboral. “Caiu uma abobadilha (ver desenho no post) em cima da mesa de uma funcionária, após ter furado o teto falso”, conta fonte camarária ao 24Horas, garantindo que não houve uma tragédia – lá está – por “milagre”.
A funcionária em questão é arquiteta. O 24Horas sabe que ela escreveu um e-mail a Carlos Moedas e, até hoje, não obteve uma resposta. Não obteve resposta e insistiu, junto do presidente. A resposta veio dias depois, em forma de advertência, pela boca da responsável do Espaço Público, Sara Godinho, que lhe disse que estaria a “empolar” o caso. O caso, como dissemos, tem que ver, ‘apenas’, com a queda de um enorme tijolo entre vigotas em cima de uma secretária onde trabalham várias pessoas, depois de ter furado um teto falso. “Se tivesse acertado em alguém, já cá não estava”, insiste a mesma fonte.
Apesar da repreensão, a arquiteta insistiu na chamada de atenção para falta de condições no local de trabalho, tanto para si e para os colegas. Enviou outros e-mails, um deles a Carlos Moedas. Até hoje, nem uma palavra, apenas a decisão da vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, em coloca-lá em teletrabalho, onde se mantém até hoje…