Há 25 anos tinha início uma das mais triunfantes histórias do futebol mundial. José Mourinho, na altura com 37 anos, era apresentado como técnico do Benfica, a primeira equipa que orientou enquanto treinador principal. Agora, acaba de ser confirmado como novo treinador do Benfica, substituindo Bruno Lage.
À época, a conjuntura dos encarnados assemelhava-se à de hoje: instável e com eleições à vista.
Contratado pelo então presidente João Vale e Azevedo, o técnico natural de Setúbal iniciou a carreira como adjunto de Sir Bobby Robbson e depois de Van Gaal em Barcelona. Mas a vida não sorriu a Mourinho na Luz. Dois meses depois da sua chegada, e após a vitória de Manuel Vilarinho nas eleições presidenciais dos encarnados, Mourinho viria a demitir-se, por se sentir “um treinador a prazo”, dando dar o lugar ao também português, Toni.
No comando técnico das águias contou com seis vitórias, três empates e duas derrotas, em 11 jogos, dos quais se destaca o triunfo categórico por 3-0 sobre o Sporting, no dérbi eterno.
Seguia-se o União de Leiria, onde viria a destacar-se, para mais tarde ser catapultado até à invicta. E foi aí que Mourinho voou. Chegou, viu, venceu. Treinou, lutou, tocou nos céus. No FC Porto destacou-se como uma nova estrela do futebol mundial depois de, em três temporadas, ter conquistado dois campeonatos, uma taça de Portugal, uma supertaça, uma Liga Europa e uma histórica Liga dos Campeões.
Os grandes tubarões europeus não ficaram alheios ao sucesso do português e na época 2004/05 Roman Abramovich fê-lo voar novamente, desta feita para aterrar no Chelsea, em Londres. O impacto foi imediato. Na primeira passagem pelos ‘blues’ venceu inúmeros títulos e sagrou-se campeão inglês por duas vezes. Os triunfos, o carisma, os ‘mind games’ e a comunhão com adeptos e jogadores valeram-lhe a célebre alcunha de ‘The Special One’.
Sairia em 2008 para o Inter de Milão, onde na temporada seguinte iria atingir o apogeu do seu futebol ao ganhar um fantástico e inédito triplete com os nerazzurri.
Mas ‘Mou’ queria mais, quis sempre mais. Já tinha dançado nas nuvens, mas queria tocar nas estrelas. Decidiu tornar-se galático e transferir-se para o Real Madrid no final de 2010. Nos três anos em que orientou os madrilenos fugiu-lhe uma, tão ambicionada Champions, mas nem por isso deixou de transpor barreiras, ao bater o recorde de pontos da La Liga, quando se sagrou campeão em 2011/12.
Avizinhava-se uma nova volta no ‘carrossel’ de Londres. A sensação? Era a de sempre: a da vitória. Mourinho saía novamente vitorioso na Premier League.
Em 2016 acabaria por mudar-se para Manchester, ao serviço do United. A partir daqui a sua carreira iria tomar um rumo algo descendente. Apesar de ter conquistado alguns títulos menos significativos, também o poderio dos projetos a que se alinhou começou a descer. Tendo nos últimos anos reunido para além de passagens pelo Tottenham, AS Roma e Fenerbahçe, um conjunto de avultadas indemnizações aliadas a despedimentos que resultam da falta de conquistas.
Passados 25 anos e 26 títulos, Mourinho está de volta à casa de partida. Veremos o que o futuro lhe reserva.