A fabricante iRobot, conhecida mundialmente pelos aspiradores robóticos Roomba, entrou com um pedido de proteção contra credores, ao abrigo do Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos. No âmbito deste processo, a empresa acordou a venda das suas operações à chinesa Shenzhen Picea Robotics, em conjunto com a Santrum Hong Kong, numa operação supervisionada pelo tribunal norte-americano que permitirá a continuidade da atividade enquanto decorre a reestruturação financeira.
Com esta operação, a iRobot deixará de estar cotada em bolsa e passará a ser uma empresa privada sob controlo do grupo chinês, que já era um dos seus principais parceiros industriais e fornecedores. A empresa enfrentava há vários anos dificuldades financeiras, pressionada pela crescente concorrência de fabricantes asiáticos com preços mais baixos, pelo aumento dos custos de produção e pelo impacto de tarifas comerciais nos Estados Unidos, fatores que contribuíram para a redução das vendas e para resultados negativos consecutivos.
A situação agravou-se depois do fracasso da tentativa de aquisição pela Amazon, anunciada em 2022, por cerca de 1,7 mil milhões de dólares, e cancelada em 2024 devido a entraves regulatórios, sobretudo na Europa. Apesar do pagamento de uma indemnização pela gigante tecnológica, a iRobot não conseguiu recuperar financeiramente, tendo avançado com cortes significativos no número de trabalhadores e na estrutura de custos antes de recorrer à proteção judicial.
Segundo a empresa, o processo de falência não deverá afetar os clientes, mantendo-se o suporte técnico e o funcionamento normal dos produtos durante a transição. O futuro da marca Roomba passa agora a depender da estratégia da Picea Robotics, que tem experiência no desenvolvimento e fabrico de aspiradores robóticos, numa mudança que marca o fim da iRobot enquanto empresa independente, mas não necessariamente o desaparecimento de uma das marcas mais emblemáticas do sector da robótica doméstica.