A Google anunciou que está a incorporar o seu modelo de inteligência artificial, Gemini, diretamente no navegador Chrome, uma mudança que se pretende significativa no modo como navegamos na Internet.
As melhorias estreiam primeiro nos Estados Unidos, nos computadores de secretária (Windows e Mac) com o idioma configurado para inglês, seguindo-se depois alargamentos para dispositivos móveis (Android, iOS) e para outros países e línguas.
Uma das novidades mais visíveis é a capacidade do browser funcionar como assistente de navegação inteligente: o Gemini em Chrome consegue responder a perguntas sobre conteúdos de páginas que estão abertas, fazer sumários de texto, comparar informação entre diferentes sites ou mesmo encontrar páginas que havíamos visitado anteriormente ― tudo isto sem precisarmos de mudar de separador obrigatoriamente.
Outra funcionalidade importante é o novo “AI Mode” na omnibox (a barra de endereços). Este modo permitirá ao utilizador fazer perguntas mais complexas diretamente da barra de pesquisa, obter sugestões contextuais baseadas na página que está a ver, e seguir diálogos de follow-up com a AI para clarificar ou aprofundar resultados. Apesar de já estar previsto para breve, o lançamento nacional vai depender da tradução e adaptação para outras línguas.
No que toca à segurança, a Google está a reforçar vários aspetos: o Gemini vai ajudar a identificar senhas que possam ter sido comprometidas, bloquear notificações ou permissões abusivas ou suspeitas, prevenir esquemas de ‘phishing’ ou outras fraudes online, e tornar o preenchimento automático de formulários (‘autofill’) mais seguro. Estes aspetos são considerados fundamentais para que estas novas capacidades não ponham em risco a privacidade ou segurança dos utilizadores.
Este anúncio surge pouco depois de uma decisão de um tribunal federal dos EUA que permitiu que a Google evitasse ser obrigada a desfazer partes do seu negócio (nomeadamente a “divisão forçada”) no contexto de acusações ‘antitrust’, embora estando sujeita a obrigações de maior transparência e de partilha de dados relacionados com a pesquisa com concorrentes, para promover maior competitividade.
Importa salientar que, para Portugal ou para o público lusófono em geral, ainda não há qualquer confirmação oficial de quando estas funcionalidades chegarão nem se estarão disponíveis de imediato em português. Até agora, a Google indicou apenas que as funções AI serão alargadas a mais línguas e locais nas próximas semanas ou meses, mas sem datas concretas para o mercado português.
