Depois de ter assassinado o antigo colega, Nuno Loureiro, e de ter posto fim à própria vida, em Boston, o cadáver de Cláudio Valente continua sem ser reclamado.
Caso não haja qualquer intervenção por parte da família, o autor do homicídio ocorrido nos EUA poderá vir a ser enterrado como indigente, não só pela ausência de responsáveis pelas exéquias, mas também pela falta de decisão quanto à eventual trasladação dos restos mortais para Portugal.
O funeral de Nuno Loureiro também continua por agendar. As cerimónias poderão realizar-se em território norte-americano, numa altura em que está em curso uma iniciativa solidária destinada a apoiar os filhos do cientista, que já permitiu reunir cerca de 200 mil euros, como o 24Horas avançou este domingo, dia 21.
Entretanto, a investigação tem vindo a recolher novos dados que ajudam a traçar o perfil psicológico do homicida. O único amigo que Cláudio Valente manteve durante a sua passagem pela Universidade de Brown revelou que este manifestava grande descontentamento com o nível académico da instituição, alegando que colegas e docentes não correspondiam às suas expectativas, motivo que o terá levado a abandonar o percurso universitário.
Ainda não é claro quando retomou contacto com Nuno Loureiro. O ataque foi consumado com três disparos e, apesar da rápida chegada dos meios de socorro, não sobreviveu, vindo a morrer no hospital no dia seguinte.
No dia seguinte, Cláudio Valente pôs fim à própria vida, num armazém que tinha alugado. As autoridades admitem a forte possibilidade de se tratar de um crime motivado por ódio. Nuno Loureiro e Cláudio Valente foram colegas no Instituto Superior Técnico.