As mudanças no sistema de votação para o Festival Eurovisão da Canção de 2026, que se realizará em Viena, na Áustria, estão a gerar fortes reações entre as emissoras membros da União Europeia de Radiodifusão (EBU). Se há quem encare as alterações com otimismo, há quem opte pela cautela na hora de comentar.
A emissora belga VRT considera que um sistema de votação justo e claro é essencial para manter a reputação do concurso, mas já anunciou publicamente que considera que as mudanças das regras são uma preocupação. Além disso, a televisão considera reavaliar as condições e a participação da Bélgica no concurso, após a reunião da EBU, que está marcada para dezembro. Também a emissora estatal do Países Baixos, a AVROTROS, anunciou que só confirmará a presença do país, na edição da Eurovisão de 2026, após a reunião da EBU.
Apesar de não ter feito qualquer comentário direto sobre as novas regras, a emissora da Finlândia, Yle, garantiu que irá ponderar a sua posição e apresentá-la antes da Assembleia Geral da EBU.
Já a rede de televisão pública islandesa, RÚV, considera que as alterações são “um passo na direção certa”. Por sua vez, a corporação pública de rádio e televisão da Noruega, NRK, considerou que a EBU ouviu as preocupações de vários países, considerando que os ajustes são uma solução equilibrada e transparente.
Recorde-se que uma das principais mudanças anunciadas é a limitação do número máximo de votos por método de pagamento (online, SMS ou chamada), que diminuirá de 20 para 10 votos. A EBU afirma que esta medida pretende “encorajar os fãs a distribuir o seu apoio por várias canções”, em vez de concentrarem todos os votos numa só.
Além disso, os júris profissionais voltam às semifinais, algo que não acontecia desde 2022. Com esta mudança, o apuramento nas semifinais passará a ter uma divisão de 50% entre o público e o júri profissional. Os painéis de jurados também serão reforçados: passarão de cinco para sete jurados e agora com uma maior diversidade, inclui jornalistas musicais, professores, coreógrafos e profissionais da indústria musical.
Para garantir a imparcialidade, todos os jurados terão de assinar uma declaração formal, comprometendo-se a “votar de forma independente e imparcial”, a não coordenarem os seus votos entre si antes do concurso e a controlar o uso das redes sociais, evitando partilhar as suas preferências antes do final do evento.
