Simón Levy, ex-funcionário do governo da Cidade do México e empresário, foi detido em Lisboa esta terça-feira, 28 de outubro, em cumprimento de um mandado internacional de captura emitida pela Interpol. No entanto, foi libertado no dia seguinte por decisão de um tribunal de Lisboa, conforme um documento oficial apresentado pela própria presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, aos jornalistas.
De acordo com a informação divulgada, Levy foi libertado porque possui nacionalidade de um país europeu (não especificado), embora as autoridades portuguesas o tenham proibido de deixar o país até nova ordem.
A detenção está relacionada com duas ordens de captura emitidas no México entre 2021 e 2022 na sequência de uma por agressão denunciada por um particular e outra por infrações ambientais ligadas à construção de edifícios.
A fuga de Simón Levy está a tornar-se numa verdadeira novela mexicana. Dias antes da detenção, deu uma entrevista a um canal de televisão do México onde garantia que se encontrava em Washington, nos Estados Unidos. Nessa entrevista, Levy mostrou-se hesitante ao referir a hora local, evitou exibir o relógio ou a paisagem exterior e não conseguiu apresentar um jornal ou qualquer outro elemento que comprovasse a sua alegada presença em território norte-americano.
O que acabou por levantar maiores dúvidas foi um piano vermelho visível no fundo da transmissão, durante a entrevista. Os internautas associaram o objeto e o cenário ao restaurante River Lounge, pertencente ao hotel Myriad by SANA, no Parque das Nações, em Lisboa. Fontes ligadas ao hotel terão confirmado à imprensa mexicana a hospedagem de Levy.
Simón Levy garante que as acusações são “infundadas e ilegais”. O ex-funcionário sustenta que não se encontra sob restrições judiciais e que, por isso, tem liberdade para viajar.