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  • 'Embaraço-me porque votei AD', Ribeiro e Castro
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Jorge Morais

Agora que o sábio mocho da Contabilidade tem o Orçamento mais ou menos resolvido, sobe ao palco a eleição presidencial. Será...

Agora que o sábio mocho da Contabilidade tem o Orçamento mais ou menos resolvido, sobe ao palco a eleição presidencial.

Será em Janeiro, mas o estardalhaço ouve-se à distância. Estive a contá-los: são quase vinte os putativos candidatos a Presidente da República. Ainda que o grosso do pelotão venha a ficar pelo caminho, por falta de assinaturas ou falta daquilo com que se compram os melões, uma boa dezena de maduros chegará às mesas de voto. É gente a mais.

A eleição presidencial, que noutros tempos foi um sóbrio e respeitável acto político destinado a fechar o arco republicano do poder, está hoje transformada numa espécie de ‘big brother’ a que não faltam cenas de mão na anca, lavagem de roupa suja, nudez política da mais obscena e arranhadelas de unhas de gel. Não havia necessidade. 

Pela lei natural das coisas, a liga dos pequenos e médios candidatos contentar-se-á com o prémio de consolação dos dois minutos de palco – o que já não é nada mau. Apenas os quatro ou cinco da primeira divisão estão em condições de lá chegar, toda a gente o sabe. Para quê, então, tanto dinheiro gasto, tanta energia desbaratada, tanto tempo perdido e tanto ruído inútil? Será porque ‘the show must go on’?

Os partidos precisam da charanga como de pão para a boca, lá está. Sobretudo aqueles que se arriscam a morrer esquecidos se não fizerem um pouco de chinfrim com a sua pandeireta. A eleição presidencial vem mesmo a jeito: como a expectativa é nula e ninguém está com exigências, todo o resultado será bom. Acima de 0,00001%, qualquer um deles poderá cantar vitória.

A dois meses e meio da eleição, a barulheira é já ensurdecedora. E ainda vêm aí os debates. E os cartazes. E as entrevistas. E as fake news. E os comícios. E as arruadas. E os “apoios” tirados da manga como coelhos da cartola.

E já que falamos em apoios: se a eleição do Presidente é uninominal e a candidatura ao cargo uma decisão pessoal e íntima, porque não deixam os partidos que o cidadão vote na paz da sua consciência, em vez de estarem a soprar-lhe ao ouvido onde deve pôr a cruzinha? 

É assim que a Presidência, um exercício supra-partidário por definição, está contaminada na fonte pelo facciosismo bacoco das bandeirinhas e dos slogans, dos foguetes e das canas. Ainda por cima, cada candidato acha-se no direito – imaginem! – de ter “ideias”, como se concorresse à chefia de um governo. Não há pachorra.

Zzzzzzzzzz. Acordem-me quando estiver a chegar à final.