Dizia John Stuart Mill que - e cito - “uma pessoa com uma convicção é uma força social igual à...
Dizia John Stuart Mill que – e cito – “uma pessoa com uma convicção é uma força social igual à de 99 que tenham apenas interesses!”
Por isso, nos exemplos que vamos tendo, quem defende convicções acaba sempre por vencer os que defendem interesses!
Que foram – quase sempre – os que, a seu tempo, souberam defender ideias e lutar por valores, mas acabaram, com o exercício do poder, enredados e perdidos na defesa dos interesses dos que os sustentam, sem cuidar das necessidades dos que invocam para se perpetuarem no poder.
A História da política, de todas as situações políticas, é essa!
E, tirando os românticos defensores de sociedades utópicas que – sem nenhuma excepção – recorreram à força para garantir o “apoio” do povo, todos os que começam por convicções se perdem nas teias dos interesses, sejam eles pessoais, sejam eles de uma certa parte da sociedade… que os fazem abandonar os caminhos que se propuseram percorrer.
São esses interesses que limitam a liberdade de quem decide, de quem ganha eleições e que (pelo tempo fora) vão contribuindo decisivamente para a queda de regimes, para a substituição de governos (na sua mais ampla expressão), para a sucessão de líderes!
Por isso, em todos os processos históricos de disputa de poder (quando se confrontam as convicções com os interesses), a primeira reação é de subestimar as convicções, com o conforto que os apoios, conseguidos nos interesses, vão dando.
Depois, quando percebem que se trata, não já de alguém fora do “arco de governação”, mas, antes, a de quem pode mesmo vir a ganhar… aí é o desespero!
Dos ataques, da discussão sobre como impedir que lá cheguem as convicções…
E como só mesmo as tais ditaduras de sociedades utópicas traduzidas, na realidade, em tudo o que era contrário ao que defendiam, conseguiram “substituir o povo”… resta-lhes o recurso aos meios mais sórdidos para impedir tais candidaturas!
Contando os tais “agora intolerantes ex-campeões da tolerância”, com a ajuda daqueles a quem devotaram a mais completa indiferença (quer por razões ideológicas, quer pelos tais interesses que ditam outras razões), esses a quem trataram com a arrogância que sempre devotam aos que não acham dignos de convidar para se sentar à sua mesa (que julgam ser a das elites).
Infelizmente para eles, felizmente para nós…
Já agora, e por falar em interesses e convicções, ontem, no 50.° aniversário de um 25 de Novembro tão carregado ideologicamente, assistimos a um grande debate televisivo… entre Luís Marques Mendes e André Ventura… onde a diferença não passou, apenas, entre os que ficaram e saíram da Sala das Sessões por deixar ou não ficar cravos vermelhos onde era pressuposto eles não estarem… como não foi um confronto
entre os que não tendo saído do Plenário, não tiveram coragem para tirar os cravos vermelhos de onde não era suposto estarem e os que queriam que eles lá ficassem… ou entre formas de comunicar!!!
Era, foi e será… entre interesses e convicções!!!
Mas como… “uma pessoa com uma convicção é uma força social igual à de 99 que tenham apenas interesses”…