As eleições autárquicas deste domingo deixaram uma mensagem política clara: Portugal quer moderação, estabilidade e competência. A vitória inequívoca da Aliança...
As eleições autárquicas deste domingo deixaram uma mensagem política clara: Portugal quer moderação, estabilidade e competência.
A vitória inequívoca da Aliança Democrática (AD) e de Luís Montenegro não deixam margem para dúvida, seja qual for o parâmetro de análise.
Para o PSD foi o regresso às grandes noites eleitorais. Desde há 40 anos que um primeiro-ministro do PSD não vencia umas eleições locais, ganhando as presidências da ANMP e da ANAFRE.
Uma observação dos resultados e nota-se a afirmação da política das soluções e a rejeição dos extremos, num país que já começa a dar sinais de cansaço da crispação e da retórica do protesto.
Quando muitos anunciavam fragmentação, e o fim do sistema de alternância ao centro, também agora no Poder Local, o eleitorado respondeu com estabilidade.
O símbolo maior dessa escolha é Lisboa.
Carlos Moedas não só foi reeleito, como ampliou a sua maioria, com mais 30.000 votos, mais vereadores, deputados municipais e juntas de freguesia, derrotando uma esquerda frentista que sonhava tornar a capital num laboratório ideológico. A resposta dos lisboetas foi inequívoca: preferem uma cidade governada com competência, diálogo e resultados, em vez de frentes populares.
A este respeito Alexandra Leitão ainda não percebeu: a sua derrota não se deve ao facto de a sua coligação não ter conseguido a “convergência” com o PCP. Muito pelo contrário, perdeu precisamente porque convergiu numa coligação com o Bloco de Esquerda.
O espírito da manifestação identitária contra a polícia na Rua do Benformoso, onde o PS de Pedro Nuno Santos se decidiu enfiar, e que teve a sua confirmação na coligação frentista de esquerda, foi assim a votos.
E a resposta é inequívoca: os lisboetas estão com Carlos Moedas.
O falhanço dessa frente de esquerda é mais do que local — é um sinal de que a política da negação perdeu força. Os eleitores valorizaram trabalho, não slogans. E, ao fazê-lo, reafirmaram o valor da moderação num tempo de ruído e populismos.
À direita e à esquerda, os extremos detiveram-se ontem.
As urnas falaram: a moderação venceu.
Afinal não houve empate técnico.