Fervoroso adepto de Trump e da sua política, o deputado Pedro Frazão, de 50 anos, uma das cabeças de cartaz do Chega, viu-se impedido de viajar para os Estados Unidos devido a questões ligadas ao visto obrigatório para entrar no país.
Integrando uma delegação de deputados da comissão de agricultura da Assembleia da República (AR), quando estava prestes a embarcar para o Washington, EUA, onde faria escala em direção à Cidade do México, o deputado do Chega viu-se obrigado a desistir da viagem.
O 24Horas falou com Pedro Frazão para esclarecer este assunto. O deputado confirmou o atraso no seu ESTA que o impossibilitou de viajar com a comitiva portuguesa: “Eles [ESTA] dizem que respondem em 72 horas, mas o meu foi selecionado para verificação manual, de maneira que ficou pendente.” O 24Horas teve acesso à resposta do pedido do deputado do Chega que confirmava que a “autorização estava em análise”, mas que não “indicava resultados negativos”.
O pedido terá sido feito na sexta-feira, dia 17, e o voo estava marcado para a terça-feira seguinte (21), às 12:00. No site do ESTA pode ler-se que “a autorização ESTA deve ser solicitada online e obtida pelo menos 72 horas antes da viagem. No entanto, recomendamos que peça o ESTA o mais cedo possível, pois, em caso de recusa, será necessário solicitar um visto de não-imigrante, um procedimento que pode demorar algum tempo.”
Como explicou ainda o deputado do Chega ao 24Horas, apenas poucos dias antes da viagem tiveram conhecimento de que teriam de pedir esta autorização especial (14 de outubro) e de que fariam escala em Washington e não em Madrid (entre dia 8 e 14): “Ou fazíamos escala em Madrid ou escala em Washington. A comissão depois escolheu este voo. Só quando este voo foi escolhido é que nós ficamos a saber que tínhamos que pedir os ESTAS.” Os deputados emitiram os pedidos dos ESTAS, de acordo com Pedro Frazão, entre dia 14 e dia 17.
Sem ter conseguido obter a autorização a tempo, Pedro Frazão explicou a situação ao presidente da comissão, Maurício Marques, que lhe explicou se o ESTA “fosse aprovado nas próximas horas para eu [Pedro Frazão] informar e que marcava outro voo para ir ter com eles”. Como o ESTA não foi aprovado e a cimeira tem apenas dois dias, o político preferiu não juntar-se à restante comitiva e pediu a Maurício Marques para cancelar a viagem para se recuperar parte do valor do voo. A viagem, recorde-se, foi paga pela Assembleia da República.
