A vencedora do Prémio Nobel da Paz, María Corina Machado, líder da oposição ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela, não viajará até Oslo, na Noruega, para receber o galardão.
“Será a sua filha, Ana Corina Machado, que receberá o prémio em nome da mãe”, afirmou Kristian Berg Harpviken, o diretor do Instituto Nobel norueguês.
María Corina Machado, que vive num local desconhecido na Venezuela, já tinha confirmado ao Instituto Nobel que se deslocaria até à capital norueguesa para receber o Prémio Nobel da Paz. No entanto, “a própria María explicou em entrevistas quão complicada seria a viagem a Oslo”, adiantou o instituto. “Por isso, neste momento, não podemos fornecer mais informações sobre quando e como chegará para a cerimónia do prémio Nobel da Paz.”
Kristian Berg Harpviken revelou ainda que “será a sua filha, Ana Corina Machado, que receberá o prémio em nome da mãe” e que irá proferir “o discurso que a própria Maria Corina escreveu”.
Entretanto, já esta quarta-feira, dia 10, duas centenas de protestantes reuniram-se à frente da sede do Instituto Nobel de Oslo para protestar contra a entrega do prémio à venezuelana. Entre várias palavras de desagrado, foi possível ouvir: “Nenhum prémio da Paz para os belicistas” e “Estados Unidos fora da América Latina.”
A presidente da Associação Norueguesa para a Paz, Kari Anne Naess, explica os protestos: “[María Corina] Machado não merece o Nobel da Paz. O prémio deveria ir para alguém que seja a favor do diálogo pacífico e que una as pessoas”
A associação faz parte do Conselho Norueguês para a Paz, que reúne aproximadamente 20 entidades. Este ano, porém, decidiu não organizar o habitual desfile de archotes pelas ruas do centro de Oslo, evento tradicionalmente incluído no programa do Prémio Nobel da Paz, como forma de protesto contra a escolha da líder da oposição venezuelana como vencedora.
Dessa forma, a responsabilidade pela realização do desfile de tochas, marcado para a tarde de quinta-feira, 11, passou para a Norwegian Venezuelan Justice Alliance.