Bruna Ramos tinha 10 anos quando experimentou a percussão pela primeira vez. A oportunidade surgiu graças a Tiago Araújo, fundador dos Porbatuka, que visitou a sua escola primária, um dia, para apresentar o projeto e atrair novos participantes.
“O Tiago e alguns colegas foram à minha escola mostrar o mundo da percussão. Eu e algumas amigas ficámos apaixonadas e decidimos inscrever-nos”, recorda Bruna, em exclusivo ao 24Horas.
Entre essas amigas estava Matilde Santos, hoje com 18 anos. A jovem acompanhava o grupo há algum tempo, mas só depois de Bruna entrar decidiu arriscar.
O sonho de criar um projeto de percussão acompanhava Tiago Araújo desde a infância, mas só se concretizou em 2017, com a fundação dos Porbatuka, em Almada.
Em 2022, ainda na altura da pandemia da Covid-19, o coletivo decidiu desafiar-se e ir ao ‘Got Talent Portugal’, concurso da RTP1 apresentado por Catarina Furtado. Os quatro “sim” recebidos dos jurados deram ao grupo uma projeção nacional inesperada e impulsionaram o seu crescimento nos três anos seguintes.
Atualmente, os Porbatuka reúnem 300 jovens, entre os 5 e os 35 anos, abertos a participantes de qualquer origem geográfica. “O objetivo é que, de forma gratuita, todas as realidades sociais se encontrem neste projeto”, sublinha Tiago Araújo.
O percurso é expressivo: mais de 300 atuações em território nacional e, mais recentemente, também no estrangeiro, passando por festivais, desfiles de Carnaval e até por eventos da Seleção Nacional.
Entre as experiências mais marcantes, Tiago destaca a participação, em julho deste ano, no International Coburg Samba-Festival, na Alemanha – considerado o maior festival europeu de percussão. Perante uma plateia de 180 mil pessoas, o grupo subiu ao palco principal.
“Todas as pessoas estavam lá porque queriam ver os Porbatuka e os outros grupos todos. Mas, sim, marcou-me imenso, porque era um palco gigante e nós estamos habituados à rua e às pessoas.”
O ano de 2025, considera Tiago, foi determinante para a projeção internacional do grupo nascido na cidade do Cristo Rei e que já mostrou o que vale no estrangeiro, nomeadamente em Macau, Espanha, França e Alemanha, consolidando o seu nome, Porbatuka, fora de Portugal.
Apesar das exigências da vida académica e profissional, tanto Bruna como Matilde garantem que querem levar o projeto consigo por muitos anos.