José Pedro Aguiar-Branco, de 68 anos, recusa a ideia de que António José Seguro (63), apoiado pelo PS, seja um candidato de esquerda à Presidência da República. Em entrevista à Rádio Renascença, o presidente da Assembleia da República (AR) abordou os temas das próximas eleições, marcadas para o dia 18 de janeiro, e classifica como “candidatos de esquerda” o comunista António Filipe, a bloquista Catarina Martins e o dirigente do Livre Jorge Pinto, deixando o socialista de fora.
“Pelo que vou ouvindo, os candidatos têm tido muito cuidado para mostrarem que são expressão plural à esquerda e à direita. É isso que tenho ouvido de Marques Mendes, António José Seguro, Gouveia e Melo, Cotrim de Figueiredo. Querem dar – e bem – uma expressão transversal e suprapartidária às suas candidaturas”, disse Aguiar Branco.
O presidente da Assembleia da República declara-se como neutro relativamente a quem deveria ganhar as Presidenciais: “Na posição em que estou, como PAR, devo manter um certo recato relativamente à minha opção, ainda mais a três meses de distância.” No entanto, o Presidente da AR admite que “é capaz de haver candidatos a mais”, mas que, “de qualquer maneira, espelham bem as diversas sensibilidades que existem na sociedade”.
Questionado se receia que exista a “tentação de puxar poderes executivos para o Palácio de Belém”, no próximo mandato presidencial, Aguiar-Branco prefere esperar pelos resultados: “Vamos ver quem é o candidato eleito e depois cá estarei, como PAR, que tenho de articular com o próximo Presidente [da República] para poder, eventualmente, responder à sua pergunta.”