Milhares de pessoas tomaram as ruas da Cidade do México para manifestar-se contra a violência e criticar o governo da presidente Claudia Sheinbaum, acusada de não agir perante o crime organizado. O protesto, que aconteceu no sábado, degenerou em confrontos com a polícia, deixando pelo menos 120 feridos.
Organizado pelo movimento “Geração Z México”, o protesto reuniu cidadãos comuns e representantes de partidos da oposição, que manifestaram indignação pelo recente homicídio de um presidente de Câmara defensor de medidas duras contra os cartéis, assim como pela subida dos preços dos alimentos e pelo aumento de impostos sobre bebidas açucaradas e videojogos. A concentração na Praça da Constituição, junto ao Palácio Nacional, levou ao derrube das grades de proteção, forçando a polícia a usar gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
Em declarações exclusivas a Luís Gomes, comentador do 24Horas nos Estados Unidos, o ativista mexicano Isaac González descreveu o episódio como “um momento histórico e lamentável” e contou: “Fomos manifestar-nos no Palácio Nacional e responderam-nos com gás, pedras e petardos. Tenho amigos que foram levados para o hospital por causa desta violência”. González sublinhou ainda a exaustão e frustração dos cidadãos face à situação de insegurança no país: “Estamos muito cansados de não podermos ir à praia, sair à noite ou deslocar-nos entre cidades por causa do narcotráfico”.
Os chamados protestos da Geração Z, de jovens que saem às ruas contra o governo, já tiveram impacto no Nepal, onde levaram à queda do governo, assim como no Peru, Marrocos e Madagáscar.