A Universidade de Navarra decidiu suspender todas as atividades presenciais no campus de Pamplona a partir das 15h desta quinta-feira (31), por razões de segurança.
A medida foi tomada devido à tensão gerada pelo anúncio de um ato do agitador de extrema-direita Vito Quiles, inserido na sua digressão “España combativa”, que está a passar por várias universidades de Espanha. O evento não foi autorizado pela instituição, mas a sua convocatória atraiu grupos fascistas e antifascistas alheios à comunidade universitária, aumentando o risco de confrontos.
Numa carta dirigida a estudantes e colaboradores, a reitora María Iraburu reafirmou o compromisso da universidade com “a convivência pacífica, o debate sereno e o respeito pelo outro”. Alertou ainda para os perigos da polarização social e apelou à comunidade académica para que mantenha o espírito de respeito e diálogo que caracteriza a instituição.
Após a suspensão do ato, registaram-se cargas policiais e duas detenções em Pamplona, de acordo com fontes locais.
Vito Zoppellari Quiles, natural de Elche (Alicante) e nascido em 2000, tornou-se uma das figuras mais controversas da extrema-direita espanhola. Ex-estudante de jornalismo na Universidad Complutense de Madrid, ganhou notoriedade através das redes sociais e de transmissões ao vivo em que se apresenta como “repórter independente”, questionando políticos e militantes de esquerda num tom provocador e frequentemente agressivo.
Com uma estética de influencer e um discurso populista centrado na “liberdade de expressão” e na denúncia do que chama de “censura progressista”, Quiles é hoje um dos rostos visíveis do movimento Se Acabó la Fiesta (SALF), uma formação política de extrema-direita liderada por Alvise Pérez, com quem colaborou em várias campanhas.
A sua mais recente iniciativa, a digressão “España combativa”, levou-o a percorrer universidades espanholas com o objetivo declarado de “dar voz aos silenciados”. No entanto, cada aparição tem sido acompanhada de protestos, confrontos e forte presença policial.