No seu afã centralizador, e sempre pronto para mostrar que quem manda é ele, o ministro Paulo Rangel tem sido intransigente no que respeita à autorização para que os embaixadores portugueses façam qualquer declaração pública.
Interpretando o regulamento interno do Ministerio dos Negócios Estrangeiros (MNE) à letra, documento esse que faz depender do próprio ministro a autorização para que os embaixadores possam expressar-se publicamente, Rangel tem sido implacável, recusando praticamente todas as solicitações recebidas no seu gabinete.
A postura de Rangel em negar qualquer exposição pública aos embaixadores portugueses, está a causar forte celeuma no Palácio das Necessidades: “Chega a ser ridícula esta necessidade que o ministro possui em afirmar-se, a ele e à sua autoridade”, lamenta uma fonte diplomática ouvida pelo 24Horas.
Apesar desse regulamento interno nao ser algo novo, todos os chefes da diplomacia ao longo dos anos souberam interpreta-lo com aquilo que nas Necessidades se diz faltar ao atual ministro: “Bom senso, noção do que é a atividade um embaixador acreditado numa capital, e fundamentalmente não se preocupar em afirmar e exercer a sua autoridade de forma destemperada e quase histérica”, ouve-se no seio do MNE.