Num mundo onde a produtividade é frequentemente medida pela quantidade de tarefas realizadas, um novo paradigma começa a ganhar terreno: fazer menos pode, afinal, ser o segredo para fazer melhor. Segundo um artigo divulgado pela Harvard Business Review, a produtividade não está necessariamente ligada ao volume de trabalho, mas sim à capacidade de seleccionar e executar o que realmente importa.
A ideia não é nova. Desde a filosofia estoica até ao minimalismo digital, vários pensadores defenderam que a qualidade supera a quantidade. Estudos recentes reforçam esta visão: apenas 20% das actividades são responsáveis por 80% dos resultados, segundo a conhecida regra de Pareto. Eliminar tarefas supérfluas e focar nas essenciais pode aumentar a eficiência e reduzir o risco de burnout.
Especialistas como Cal Newport, autor de “Deep Work”, sublinham que o trabalho profundo e focado é fundamental para uma produtividade sustentável. “Trabalhar mais não significa produzir mais”, alerta Newport, defendendo que a dispersão por múltiplas tarefas leva à exaustão e à perda de criatividade.
No entanto, esta abordagem não é consensual. Há quem argumente que, em sectores que exigem inovação constante ou multitarefa, fazer menos pode não ser viável. Ainda assim, a tendência aponta para a valorização do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, com benefícios claros para a saúde mental e o bem-estar.