A decisão das autoridades francesas de avançar com o abate em massa de gado para travar a propagação de uma doença altamente contagiosa está a provocar um forte protesto entre os agricultores, que denunciam os atos por terem graves consequências económicas para o setor pecuário.
A medida foi anunciada após a deteção de novos focos da doença dermatose nodular contagiosa (DNC) em várias explorações, o que levou o Governo francês a ordenar o abate de milhares de animais, incluindo saudáveis, nas zonas afetadas. Muitos criadores consideram esta estratégia um golpe quase irreversível, sobretudo para pequenas e médias explorações familiares que dependem exclusivamente da criação de gado para sobreviver.
Os agricultores contestam ainda a falta de diálogo e defendem que deveriam ser debatidas alternativas como o reforço da vigilância sanitária, o isolamento das explorações afetadas e a vacinação, quando possível. Vários representantes do setor alertam para o impacto financeiro desta medida, pois muitos produtores correm o risco de perder o trabalho de uma vida.
As autoridades sanitárias justificam o abate como algo necessário para evitar a disseminação da doença a nível nacional e proteger a saúde animal e a cadeia alimentar. O executivo garante que estão a ser preparados mecanismos de compensação financeira para os produtores afetados. No entanto, a maioria dos agricultores acham que os apoios são insuficientes.