Nicolas Sarkozy saiu de casa muito cedo, esta manhã, para se dirigir para a prisão de Santé, em Paris. Ali vai ser o novo domicílio do primeiro antigo presidente da república a tornar-se presidiário. Recorde-se que Sarkozy cumprirá cinco anos de pena de prisão efetiva pelo crime de associação criminosa.
Ao sair da sua moradia, de mão dada com a mulher, a antiga modelo e cantora Carla Bruni, Sarkozy tinha uma pequena multidão de apoiantes, que gritavam por ele, fotografavam e filmavam com os telemóveis este momento inédito da história de França.
Quando chegou à prisão, Nicolas Sarkozy seguiu o circuito de qualquer outro preso. Foi sujeito a revista desnudo e teve de entregar todos os pertences – exceto o relógio e a aliança – para serem arrumados num cofre. Recebeu, depois, o kit prisioneiro, com bens de higiene pessoal básicos. Contudo, Sarkozy levou alguns pertences pessoais, como confidenciou em entrevista ao Le Figaro e à La Tribune Dimanche. Numa mala levou camisolas, tampões para os ouvidos e dez fotografias de família. Levou também três livros, entre os quais “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas – a história de um homem injustamente preso que planeia a sua vingança.
De seguida, seguiu para o seu quarto. Sim, porque não é uma cela comum, partilhada com outros reclusos. Trata-se da ala VIP da cadeia de Santé, com quartos individuais de nove metros quadrados e casa de banho privativa. Terá telefone, com números predefinidos e televisão. É nesta zona da prisão que costumam ficar políticos, antigos polícias e advogados, por exemplo. O quarto de Sarkozy tem, também, janela com vista para o exterior e para estas comodidades, terá de pagar 14 euros mensais. “Se quiserem mesmo que eu durma na prisão, dormirei na prisão, mas de cabeça erguida. Sou inocente. Esta injustiça é um escândalo. Não me demitirei de algo que não fiz. Naturalmente, irei recorrer”, prometeu, quando saiu do tribunal, com esta sentença, no final de setembro.