Em direto, para Portugal ver e ouvir, Eduardo Barroso, de 76 anos, revelou, este fim de semana, aquela que considera ter sido “a maior ilegalidade” da sua carreira enquanto cirurgião, durante um debate sobre saúde, emitido na SIC Notícias.
O consagrado médico relatou um episódio ocorrido há mais de 20 anos, quando era diretor de serviço num hospital de Lisboa. “Apareceu um doente de raça negra em coma hepático. Se não fizesse um transplante nas próximas horas, morria. Felizmente, tivemos um fígado para o transplantar”, recordou.
Pouco antes de entrar no bloco operatório, um elemento da equipa alertou-o para a situação irregular do paciente: “Senhor professor, este doente não existe. É um imigrante ilegal, nem a embaixada tem conhecimento da sua existência.”
Embora a condição administrativa impedisse o acesso ao transplante, Eduardo Barroso decidiu avançar com a cirurgia. “Sabe o que é que eu disse a essa pessoa? ‘Olhe, esta conversa só existiu daqui a 15 minutos’. E fiz a cirurgia.”
A operação foi realizada a um “jovem de 20 anos”, que acabou por sobreviver. No encerramento do debate, o cirurgião lançou um desafio público: que se pergunte aos candidatos à Presidência da República o que teriam feito na mesma situação.
Está aberto o debate: culpado ou inocente? Nas redes sociais, as opiniões dividem-se.