Na última quinta-feira, dia 25, foram detidas 115 pessoas na Turquia por suspeitas de estarem a planear ataques terroristas na noite da passagem de ano em várias cidades do mundo. Há duas semanas, na Austrália, um ataque na praia de Bondi, em Sydney, levado a cabo por dois criminosos, provocou a morte de 15 pessoas. A violência alastra-se e tem conduzido a que várias capitais mundiais cancelem ou imponham fortes restrições às tradicionais celebrações de rua na noite de fim de ano. Um dos casos mais recentes é em Paris, com as autoridades francesas a anularem as tradicionais comemorações da passagem de ano nos Campos Elísios, por considerarem existir um elevado risco de ataque.
Muitas críticas se têm levantado quanto a esta opção de ceder perante a ameaça. Nas notícias divulgadas nas redes sociais, que dão conta do cancelamento das festividades de Paris para o final do ano, o coro de vozes condena fortemente a posição do governo de Emmanuel Macron em prol da segurança. “Abriram as fronteiras agora vão lidar com as consequências”, “Absurdo! Falência das autoridades. A Europa ainda vai passar por muito mais se os governos não adotarem medidas enérgicas, inclusive com deportações”, “A conta chegou sem pulso”, pode ler-se na caixa de mensagens.
De modo a entender esta opção falámos com Hugo Costeira, especialista em segurança interna, que comenta, em exclusivo ao 24Horas, os cancelamentos e restrições impostos nas festividades de várias cidades e capitais mundiais, a que se somam Sydney, na Austrália, Bruxelas, na Bélgica, Belgrado, na Sérvia ou Hong Kong, na China.
De acordo com o perito, os eventos devem ser cancelados caso sejam detetadas ameaças efetivas de ataque. No entanto, Hugo Costeira afirma que é “lamentável” que tais anulações sucedam, apenas porque as autoridades decidem evitar esforços de maior. Nas suas palavras, há uma maior “franja de população que é pacífica” e não deve ser impedida de celebrar as efemérides que lhe estão constitucionalmente garantidas, porque o Estado se “imiscui” de garantir “o acesso à segurança aos cidadãos livres que pagam impostos”.
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