A Carris contratou serviços de manutenção para os elétricos históricos de Lisboa no dia seguinte à tragédia do Elevador da Glória, que resultou na morte de 16 pessoas e ferimentos em mais de 20. O contrato foi assinado a 4 de setembro e só publicado no portal da contratação pública (Base) a 17.
Apesar de a assinatura ocorrer após o acidente, a decisão de adquirir estes serviços tinha sido tomada meses antes. De acordo com o Correio da Manhã, o Conselho de Administração da Carris aprovou a contratação de reparações dos sistemas de compressão pneumática destes equipamentos.
Após o descarrilamento do Elevador da Glória, a empresa suspendeu temporariamente as operações dos ascensores da Bica e do Lavra, bem como do Funicular da Graça, e ordenou inspeções técnicas aos equipamentos.
O contrato, válido por 36 meses, foi firmado entre o presidente da Carris, Pedro Bogas, e uma representante da empresa Lehmus, sediada no Seixal. O valor ascende a 608 mil euros (mais IVA), com base num preço de 30 euros por hora/homem.
Questionada pelo jornal já referido sobre se a assinatura a 4 de setembro se devia ao acidente, a Carris negou qualquer relação e explicou que a contratação já tinha sido aprovada em maio.