O livro sobre as memórias de Juan Carlos I, de 87 anos, foi publicado esta quarta-feira, dia 5. Em destaque na obra está a mulher do rei emérito, a rainha Sofia (87), a quem o marido se dedica: “Apesar dos meus deslizes, fiz tudo o que pude para cuidar do bem-estar dela.”
Apesar de viver separado de Sofia há vários anos e de os seus casos extraconjugais terem marcado o casamento, Juan Carlos confessa que continua a pensar na mulher: “Nada, jamais, apagará os meus profundos sentimentos pela minha mulher, Sofia, minha rainha, apesar de ‘alguns deslizes’ e do facto dos nossos caminhos se terem separado desde a minha mudança para Abu Dhabi.”
Esta não é a primeira vez que surgem notícias que dão conta dos elogios de Juan Carlos a Sofia. Há pouco tempo, o rei descreveu a mulher como “íntegra, devota e excecional”. As palavras foram amplamente repercutidas pela imprensa espanhola. Recorde-se que a relação entre os dois, marcada por mais de seis décadas de casamento, atravessou períodos de grande turbulência, incluindo escândalos de infidelidade e desafios institucionais. Ainda assim, a rainha Sofia manteve-se uma figura de estabilidade e dignidade, desempenhando um papel fundamental durante a transição democrática no país vizinho e na consolidação da monarquia parlamentar.
O livro, ‘Reconciliação” (em tradução livre), que foi escrito por Laurence Debray e que conta a versão de Juan Carlos I sobre todas as controvérsias em que esteve envolvido, o rei manifesta o desejo de voltar a Espanha em 2028, quando se celebrarem os 50 anos da implementação da monarquia parlamentar – sistema de governo onde o rei é o chefe de Estado (com poderes cerimoniais e simbólicos) e o presidente do governo é o chefe de governo (com o poder executivo) – em Espanha.
De salientar que Juan Carlos vive, desde 2020, exilado nos Emirados Árabes Unidos, devido a alegados casos de corrupção e escândalos financeiros.