O piloto perdeu os sentidos, o passageiro premiu um botão, o avião aterrou sozinho e em segurança, fez-se história. Pela primeira vez, no mundo da aviação, uma aeronave aterrou de emergência autonomamente, sem a supervisão de um responsável de pilotagem.
Foi nos Estados Unidos da América que tudo aconteceu, quando no sábado, dia 22, o piloto de um B200 Super King Air, que se deslocava Aspen para Denver, perdeu os sentidos no decorrer da viagem, levando a que um passageiro carregasse no botão Autoland, acionando o sistema Garmin que opera naquela aeronave e que tomou conta das operações, conduzindo a uma aterragem autónoma e em segurança, e usando-se para isso do Rocky Moutain Metropolitan Airport, no Colorado, aquele que se encontrava mais perto do avião.
Não se sabe ainda qual o estado de saúde do piloto, havendo apenas a informação de que não houve registo de feridos entre os passageiros.
Jorge Roquete Cardoso, diretor do aeródromo de Tires, classifica o acontecimento como “um grande passo naquilo que é considerada a segurança da aviação civil”. Em declarações ao 24Horas, o especialista em aeronaves afirma que está em causa “um novo paradigma” neste tipo de aviação, mas sublinha que quanto à aviação de linha aérea, comercial e executiva, a designada aviação pesada, o “patamar” é outro e há sempre necessidade de controlo de uma tripulação.
O sistema desenvolvido pela empresa norte-americana, Garmin, foi concebido para realizar aterragens automáticas de emergência, através de sistemas GPS, conseguindo selecionar um local de aterragem, monitorizar o estado da meteorologia, emitir alertas de rádio para o problema e proceder à aterragem.