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  • 'Uma greve geral para reclamar o quê?', Luís Montenegro
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Faz esta quarta-feira, 24 de setembro, 90 anos do nascimento de Vicente Lucas, a última lenda viva do Clube de Futebol “Os Beleneses”. O 24Horas assinala a data com uma reportagem sobre o mito e uma entrevista única, no Estádio do Restelo, em Lisboa.

No museu do Clube de Futebol ‘Os Belenenses’, situado na bancada poente do estádio do Restelo, “descansam” umas caneleiras de Pelé, usadas no Mundial de 1966, onde a Seleção Nacional alcançou um honroso 3.º lugar.

Nascido em Moçambique, Vicente Lucas alinhou na equipa dos ‘Magriços’, ao lado de Eusébio e companhia, e fica para a história a forma como “secava” completamente Pelé, um dos nomes maiores do futebol mundial. Em dia de homenagem, no final da época passada, no estádio do Restelo, a claque Fúria Azul exibiu uma tarja aludindo ao feito histórico: “Vicente Lucas: o homem que eclipsou Pelé”. O ex-médio, na pista do estádio, olhava emocionado para os adeptos. Sempre foram o seu oxigénio dentro das quatro linhas. “Quando o campo está cheio, a gente sente-se mais emocionado”, recorda ao 24horas, com um sorriso.

Quanto aos seus feitos futebolísticos, Vicente mostra uma humildade genuína. E quando se fala em Pelé resume: “Dizem… [que era o único que travava o brasileiro]. As pessoas dizem, mas eu não digo nada. A minha missão era marcar os melhores goleadores. Aí tem.”

Muitos o admiram, mesmo os mais novos, que nunca o viram jogar no Belenenses (12 anos) e na Seleção (20 vezes internacional). Mais uma vez, Vicente comove-se quando confrontado com isso. “Gostar de mim… Não sei dizer.”

Irmão de outro histórico belenense, Matateu, Vicente chegou ao Restelo no dia 24 de julho de 1955, ainda com 19 anos. E por lá ficou até terminar a carreira, no final de 1966, depois de regressado do Mundial de Inglaterra. Quis o destino que, em outubro desse ano, com o médio a completar 31 primaveras e 12 épocas ao serviço dos azuis do Restelo, nas imediações do estádio, durante um acidente de automóvel, um vidro se lançasse sobre um dos olhos, deixando-o cego.

Inúmeros colegas de profissão visitaram-no e Pelé, ao saber do que acontecera, escreveu-lhe uma carta. “O meu tio teve pouca sorte”, resume a sobrinha de Vicente e filha de Matateu, Argentina Fonseca, em exclusivo ao 24Horas. “Dentro dele talvez sinta alguma revolta. Mas não a demonstra junto de nós.”

Vicente tem um filho, Rui. Só que Rui nunca seguiu as pisadas do pai. Aliás, cedo perdeu o contacto próximo com o progenitor. O antigo craque separou-se da mulher, Ana, que levou o filho de ambos para o Norte do País. “O meu primo nada tem que ver com o futebol. Tem uma quinta de turismo rural lá para cima”, adianta Argentina.

Antes daquele fatídico dia 7 de outubro de 1966, quando sofreu o acidente, Vicente chegou a ser capitão da equipa que sempre representou com apenas 25 anos de idade. E foi ele que ergueu a Taça de Portugal em 1960, após o encontro com o Sporting, que o Belenenses derrotou por 2-1.

Vicente foi 20 vezes internacional pela Seleção A. Um número que pode parecer pequeno, aos dias de hoje, mas à época, era grande, numa altura em que havia menos países em competição e as viagens eram mais raras e difíceis.

SEM PERNAS E DE CADEIRA DE RODAS, VIVE NUM LAR

Aos 90 anos, Vicente vive num lar, em Alapraia, Estoril, e é a sua reforma e o seu eterno “Belém” que pagam a conta. “É muito bem tratado. Às vezes, quando vou visitar o meu tio, até apanho as empregadas de surpresa e vejo que realmente ele está bem”, elogia Argentina Fonseca.

Vicente anda numa cadeira de rodas e as pernas – “que eram o seu tesouro”, enfatiza Argentina – tiveram de ser amputadas. Aconteceu em abril de 2016, numa altura em que ainda vivia sozinho na sua casa do Dafundo, na sequência de uma infeção grave. “Ele foi levado para o hospital de São Francisco Xavier. Num dia cortaram-lhe uma perna. Ele estava muito mal. Disseram-nos que estava a fazer uma septicemia e que a outra perna também teria de ser amputada, o que aconteceu no dia a seguir”, lembra Maria José Cascalho, uma “sobrinha” de coração, filha do antigo dirigente do Belenenses José Morais Cascalho – que serviu o clube durante 46 anos como 1.º secretário da Mesa da Assembleia Geral – e ex-diretora da secção de futsal.

É Maria José e outro veterano do Belenenses, Afonso, que tomam conta de Vicente. “Quando ele teve de ser amputado, foi um grande susto, porque ele esteve em estado grave e podia ter morrido. Aliás, num dia foi uma perna e logo a seguir a outra. Tivemos de ser nós a assinar o termo de responsabilidade.” A sobrinha Argentina demarca-se: “Dei-lhe alguma assistência, mas não podia fazer mais.”

Apesar das circunstâncias difíceis, Vicente garante que se sente “feliz” e pede aos adeptos que venham aos estádios. “As pessoas que continuem a aparecer no futebol, porque o futebol é bonito.” A terminar, contudo, não se esquece de assinalar diferenças entre o futebol atual e o dos seus tempos. “Antigamente jogava-se mesmo com amor às camisolas!”

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