O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou este sábado, no Cairo, onde assistiu à inauguração do novo Museu Egípcio, que as suas observações sobre a gestão da saúde foram uma “referência genérica” dirigida a todos os ministros da pasta, e não apenas à atual titular, Ana Paula Martins.
“Tive a ocasião de fazer uma referência genérica que eu acho que toda a gente percebeu que tinha a ver com os ministros da Saúde, todos, desde que a situação existe”, declarou à agência Lusa.
Marcelo explicou que a sua mensagem se centrou na ausência de um “quadro de médio prazo” que defina o relacionamento entre o setor público, o setor social e o setor privado no Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Estando isso indefinido, eu acrescentei que é preciso realmente muita coragem e muito talento, que eu verdadeiramente admiro, para ter de resolver problemas todos os dias, caso a caso”, afirmou, sublinhando que essa falta de definição “cai todos os dias em cima dos protagonistas da saúde”.
O chefe de Estado advertiu que, enquanto a indefinição persistir, “é quase inevitável passar a vida a discutir-se casos, porque não corre bem um, não corre bem outro, não corre bem outro”. E acrescentou, citado pela Lusa, que essa situação gera constantes dúvidas sobre responsabilidades: “Se amanhã vier a ser transferido para as CCDR [Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional] competência em matéria de saúde (…), lá se introduz mais um nível de poder.”
Questionado sobre as declarações da ministra da Saúde, que desafiou a oposição para um entendimento sobre o SNS, Marcelo respondeu: “Não vi. Eu já disse que é uma opção do Parlamento, portanto, do Governo e das oposições, a fazer ou não entendimentos. Mas também dei a entender que, por mim, eu faria um entendimento.”