São mais de 2 mil, os cartazes que pertencem aos partidos e que estão espalhados um pouco por todo o país. São as redes partidárias que irão estar, a partir de agora, fechado o ‘capítulo autárquicas’, ao serviço dos principais candidatos a Presidente da República. O campeão é André Ventura, que vai ter à sua disposição os 600 outdoors que pertencem ao Chega, e até Joana Amaral Dias, se conseguir as 7 mil e 500 assinaturas, pode usar e abusar dos 70 cartazes que constituem a rede que o ADN já possui. Quem vai mesmo de ter de abrir os cordões à bolsa para alugar a sua própria rede, é o almirante Gouveia e Melo – é que isto de ser candidato independente tem os seus custos…
A utilização das redes partidárias de outdoors pelos candidatos a Presidente da República transformou-se num dos temas que tem agitado os últimos dias da pré-campanha eleitoral, especialmente, após o jornal digital Página Um, ter revelado que a candidatura de Gouveia e Melo estaria, supostamente, a utilizar posições que ainda recentemente foram usadas, em Lisboa, pelo Partido Socialista, durante a última campanha autárquica.
Esse facto de que, aliás, esse jornal apontou alguns exemplos concretos na capital, levou a que muitos aventassem a hipótese dos socialistas estarem a ‘jogar em dois carrinhos’, ou seja na disponibilização de meios a Gouveia e Melo, quando oficialmente já declaram o seu apoio ao seu ex-líder António José Seguro.
Uma hipótese prontamente desmentida por uma fonte da campanha de Seguro, que se apressou a esclarecer o 24Horas: “A rede nacional de estruturas de outdoors do Partido Socialista está totalmente cedida à nossa candidatura, essas outras estruturas não fazem parte da rede, foram estruturas complementares, episodicamente alugadas na última campanha autárquica”, assegurou.
De facto, os outdoors que, de Norte a Sul, estão a ser usados pela candidatura do antigo chefe de Estado Maior da Armada, são estruturas que não fazem parte de qualquer rede partidária, mas que foram, isso sim, alugadas à Espiral de Letras, uma empresa do Montijo, há muito fornecedora do chamado ‘universo socialista’ – ontem alugadas ao PS, hoje ao almirante, amanhã sabe-se lá a quem…

Aliás, uma outra fonte, essa ligada à candidatura de Gouveia e Melo, confirma esse facto: “São estruturas que estavam livres no mercado, e que nós alugámos, não pertencem a qualquer rede partidária, limitámo-nos a contratar uma empresa especializada do setor que, pelos vistos, possuía posições que, no passado, foram utilizadas por partidos, só isso”, afirmou ao 24Horas. Por outro lado, a mesma fonte, fez questão de realçar que “o único candidato que possui uma rede autónoma e independente é Gouveia e Melo, todos os outros estão pendurados nas redes de meios de propaganda exterior dos partidos que os apoiam”. E remata: “Como podem ver, mais uma caraterística que sublinha o carácter verdadeiramente independente da nossa candidatura”.
A preços de mercado, o aluguer de estruturas não é barato. Uma campanha de 3 meses custa em média, para um cartaz de 8 metros de comprimento e outros 3 de altura, à volta de mil euros, enquanto a versão menor (4x3m) cifra-se em 650 euros: “Daí os partidos optarem cada vez mais por terem as suas próprias redes”, diz ao 24Horas um profissional do setor.

com mais cartazes – o PSD tem 500, espalhados de Norte a Sul
Neste momento, são 6 os partidos que possuem rede própria de outdoors – o Chega com 600; o PSD com 500; os socialistas com 450; o PCP com 300; a IL com outros tantos; e até o ADN, esse, conta com 70. Ou seja, André Ventura, Luís Marques Mendes, António José Seguro, António Filipe, João Cotrim e Joana Amaral Dias, podem contar com outdoors com fartura. Já o almirante, esse, vai ter de alugá-los. É o que dá ser independente na verdadeira aceção do termo…

terá à disposição a rede de 70 outdoors do partido ADN