Os Massive Attack anunciaram a retirada total do seu catálogo do Spotify, numa decisão que marca um novo capítulo na tensão crescente entre músicos e plataformas de streaming. O grupo britânico, pioneiro do trip-hop, justifica o protesto com a ligação do fundador do Spotify, Daniel Ek, a investimentos em tecnologias militares, nomeadamente no desenvolvimento de inteligência artificial para fins bélicos. Esta acção insere-se na campanha “No Music For Genocide”, que conta já com o apoio de centenas de artistas de diferentes géneros e nacionalidades.
A decisão dos Massive Attack não é isolada. Nos últimos anos, vários músicos têm manifestado descontentamento com o modelo de remuneração do Spotify, que paga em média entre 0,003 e 0,005 dólares por reprodução, valores considerados insustentáveis para a maioria dos criadores.
O protesto do grupo britânico, porém, vai além da questão financeira, focando-se também em princípios éticos e na responsabilidade social das empresas tecnológicas. “Esta é uma tomada de posição necessária para expor as ligações perigosas entre a cultura e a indústria militar”, afirmou a banda em comunicado.