Ao fim de 11 anos, Raquel Varela foi afastada do comentário político da RTP, por Vítor Gonçalves, e Pedro Abrunhosa mostra-se revoltado com esta decisão, avançada pelo 24Horas, no sábado, dia 11.
Nas redes sociais, o músico, de 64 anos, escreveu um texto duro e incisivo sobre a televisão pública. “Era, na RTP, a voz que, infelizmente, o jornalismo perdeu, rendido que está às audiências e à banalidade. Não se constrói uma sociedade aos berros nem o bem comum com tiktokes. Raquel Varela, clara e genuinamente fora do sistema, era a voz incómoda que não cabe no comentarismo engravatado e profissional dos beijoqueiros de tribuna.”
Abrunhosa vai mais longe e assume que o afastamento aconteceu por motivos políticos: “Quando sabemos da interferência cirílica nas manobras de alguns partidos e da ascensão do terraplanismo na Ciência, perder a análise e o rigor de Raquel Varela no canal público é alarmante!”
A própria Raquel Varela, historiadora, investigadora e professora universitária, acredita que a sua voz foi silenciada pela política: “A minha saída do comentário semanal da RTP não se deve certamente a audiências, já que em todos os programas onde estive elas subiram”.
A finalizar, Raquel Varela é muito clara. “Há um quadro de mudança política no País. Está no poder um Governo da AD, com o apoio da IL, com influência crescente do partido fascista Chega. Há uma situação mundial de degradação do modo de vida e do debate de ideias. O presidente dos EUA comunica por tweets e memes e disse querer transformar Gaza num resort.”
