A investigação à tragédia da Glória revela que o cabo que unia as duas cabinas do elevador e que cedeu no seu ponto de fixação da carruagem que descarrilou não estava certificado para o uso e transporte de passageiros.
As conclusões são avançadas pelo relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a Lusa teve acesso, e revelam que o cabo instalado não “estava certificado para utilização em instalações para o transporte de pessoas”. Aparentemente, a Carris não terá dado pelo erro na aquisição deste cabo.
Foram ainda registadas falhas de manutenção no elevador, que apontam para a falta de supervisão sobre os trabalhos realizados pela empresa prestadora do serviço, bem como para o défice de formação dos seus funcionários.
De acordo com o documento, as inspeções previstas para o dia do acidente “estão registadas como executadas, embora detenha evidências de que não foram feitas no período horário indicado na correspondente folha de registo”.
Recorde-se que a 3 de setembro o descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, conduziu à morte de 16 pessoas e causou quase duas dezenas de feridos.