António Manuel Ribeiro, líder da banda UHF e companheiro de Maria das Dores Meira, ex-presidente da Câmara de Setúbal, também está sob escrutínio da Polícia Judiciária, no âmbito das mesmas investigações da, agora, candidata pelo PSD.

Os inspetores constataram diferenças significativas entre os valores que têm circulado nas contas bancárias do músico e os rendimentos declarados no IRS, o que poderá levar à abertura de um novo inquérito, mesmo que os depósitos em numerário se provem legalmente justificados.

Questionado pelo Público, António Manuel Ribeiro explicou que os elevados montantes se devem a empréstimos concedidos a músicos e técnicos durante a pandemia, quando ficaram sem trabalho, e que os pagamentos que recebe agora representam a devolução gradual desses valores. O músico sublinha que não há qualquer intenção de evasão fiscal e que as contas da sua empresa são regularmente auditadas.

Estas averiguações surgem no mesmo contexto em que a ex-presidente da Câmara é investigada por alegado uso indevido de verbas municipais. Entre 2017 e 2021, Dores Meira terá recebido quase 35 500 euros em ajudas de custo, por deslocações de serviço que somariam quase 100 mil quilómetros, apesar de as inspeções aos seus veículos demonstrarem que estes praticamente não circularam.

A investigação inclui ainda o uso de cartões de crédito atribuídos à autarca e as suas viagens nacionais e internacionais, algumas das quais geraram questionamentos sobre a necessidade e a cobertura das despesas pelos cofres municipais.