A União Europeia de Radiofusão (UER) , entidade que organiza o Festival da Eurovisão da Canção, anunciou que a decisão sobre a participação de Israel na próxima edição do certame musical, que irá decorrer em Viena, na Áustria, entre 12 e 16 de maio de 2026, foi adiada para dezembro.
Em comunicado emitido à agência francesa AFP, a UER revela que, contrariamente ao que tinha sido confirmado em setembro, já não será organizada uma assembleia extraordinária para discutir a situação, tendo a instituição decidido “inscrever esta questão na ordem do dia da sua assembleia geral ordinária de inverno, que terá lugar em dezembro”.
Esta decisão foi motivada “à luz dos recentes desenvolvimentos no Médio Oriente”, permitindo que os países membros discutam a questão de “forma aberta e em pessoa”.
Recorde-se que foram vários os países e instituições que apelaram ao boicote do festival, caso se confirmasse a inclusão de Israel acusando o Estado judaico de provocar um genocídio em Gaza. Países como Eslovénia, Espanha, Irlanda, Islândia e Países Baixos ameaçaram afastar-se da competição, se fosse confirmada a presença dos israelitas.
Em setembro, último, o concelho de administração da televisão pública espanhola, RTVE, aprovou por maioria absoluta o boicote festivaleiro. Já nos Países Baixos, a associação de radiodifusão pública Avrotros, que se juntou a esta decisão, sustentou que houve “graves violações da liberdade de imprensa” protagonizadas por Israel em Gaza.
Depois de dois anos em guerra, após os ataques e sequestros realizado pelo Hamas num concerto em Israel, a 7 de outubro de 2023, entrou em vigor nos últimos dias um acordo de cessar-fogo entre ambos.