O caso remonta ao verão de 2021, quando quatro portugueses, com idades entre os 22 e os 26 anos, terão, supostamente, violado duas espanholas, em Gijón, nas Astúrias. O Ministério Público espanhol já elaborou a acusação contra os quatro portugueses, oriundos de Braga e Famalicão, que na altura dos crimes estavam de férias no país vizinho. O julgamento começa esta quinta-feira, 30 de outubro.
O documento, a que o jornal ‘O Minho’ teve acesso, revela o que, supostamente, se terá passado. Os quatro portugueses hospedaram-se num hotel em Gijón, tendo um deles conhecido uma das vítimas, através do Instagram e, a seguir, combinado um encontro num bar.
Ainda de acordo com a tese da acusação um homem, de Famalicão, mais uma das duas mulheres espanholas (de 22 e 23 anos) encontraram-se num bar e depois foram para o hotel, a que se juntou pelo caminho um segundo homem, residente em Braga. De acordo com o MP as mulheres só queriam sexo com um seu amigo comum, Jules, espanhol, e com um dos portugueses. Chegadas ao hotel foram surpreendidas por mais dois portugueses e terão desistido de quaisquer atos sexuais.
As autoridades judiciárias espanholas, nas Astúrias, acusam os quatro portugueses, genericamente, de terem todos tentado sodomizar as duas espanholas, insistindo, à força, em ter sexo anal com ambas. O advogado dos portugueses, por sua vez, apresenta diversos vídeos fornecidos pelos portugueses, em que se vê as mulheres a terem sexo de forma consentida, apesar de apresentarem as virilhas com vermelhidão.
O MP espanhol, ainda assim, pede penas menores do que a acusação particular. O MP quer 10 anos de prisão efetiva para um dos arguidos, correspondente a cinco anos por cada uma das mulheres violadas. Para um segundo arguido, o MP pede cinco anos de prisão efetiva, por um crime de violação. Para os outros dois homens a acusação pública pede a aplicação de uma pena idêntica, de um ano e três meses de prisão efetiva.
A acusação particular, interposta pelas duas mulheres, pede penas mais pesadas. 22 anos de prisão efetiva para um dos arguidos, e 14 anos para outro, por alegada violação coletiva contra duas mulheres. Para os outros dois arguidos são pedidas penas de prisão de cinco anos, para um, e de ano e meio de prisão para o restante arguido.