O presidente do Conselho de Administração do Hospital Amadora-Sintra apresentou esta segunda-feira, dia 3, a demissão. O pedido já foi aceite pela ministra da Saúde. A saída de Carlos Sá acontece na sequência da morte da grávida de 38 semanas e depois de, no domingo, 2, os tempos de espera no serviço de Urgências terem ultrapassado as 20 horas.
A polémica em torno do Amadora-Sintra começou na sexta-feira, 31 de outubro, quando uma mulher grávida de 38 semanas deu entrada nas Urgências, durante a madrugada, em paragem cardiorrespiratória. A grávida foi submetida a uma cesariana, mas não resistiu. Já o bebé ficou internado em estado crítico, tendo acabado por morrer na manhã deste sábado, dia 1.
O hospital confirmou que a grávida tinha estado dois dias antes da morte numa consulta, onde lhe tinha sido diagnosticada uma “hipertensão ligeira”. A mulher foi “referenciada internamente para a Urgência de Obstetrícia, onde, após a realização de vários exames complementares de diagnóstico, teve alta com indicação para internamento às 39 semanas de gestação, adiantou o hospital.
A polémica adensou-se quando a ministra da Saúde garantiu que não se iria demitir na sequência do caso, alegando que a mulher, de nacionalidade guineense, não era acompanhada no Sistema Nacional de Saúde (SNS). No entanto, a informação veio a revelar-se falsa, já que a mulher vivia no País há cerca de um ano, sendo seguida desde julho no Hospital Amadora Sintra.
No domingo, dia 2, a unidade hospitalar que sustenta dois dos maiores concelhos do País, com milhares de utentes, voltou a dar que falar quando os tempos de espera nas Urgências ultrapassaram as 24 horas.